Waldemar Romano Cadeira n° 11 - Patrono: Benedicto de Andrade |
Em 1975, tendo como Editor e
Coordenador Geral o Sr. Antônio da Costa Barros, contando como assessores de
história os Professores Guilherme Vitti e Leandro Guerrini e mais duas dezenas
de colaboradores, impresso pela Editora Aloisi, foi publicado com o título de
“Piracicaba – Noiva da Colina” um interessante trabalho com trezentos e
quarenta páginas, fartamente ilustrado, tudo em verde (não entendi até hoje a
razão desta apresentação monocromática).
A Academia Piracicabana de
Letras foi incluída nas páginas 186, 187 e 188, com quatro fotos e o seguinte
texto, interessante e curioso:
“Foi elaborada no correr
do ano de 1971. Instalada em 11 de março de 1972.
De Academia só tem o nome. É
um Centro Internacional de Intercâmbio Cultural em todas as suas manifestações.
Participam da mesma ambos os
sexos. Não há membros correspondentes. Todos titulares, tanto os brasileiros
quanto os estrangeiros.
Os patronos podem ser homens
e mulheres. Não precisam estar ligados às Letras. Porém, à Cultura em geral.
Desse modo há patronos(as) vivos(as) mortos(as).
O
titular pode ser patrono. Exemplos: Alceu Maynard Araújo tinha como patrono
Cornélio Pires. E era ele patrono de José Alves de Figueiredo Filho, de Crato,
no Ceará; José Rodrigues de Arruda (Anísio Ferraz Godinho) é patrono de
Laudelina Cotrim de Castro; Sílvio Júlio de Albuquerque Lima, de Petrópolis,
tem como patrona a sua esposa Lastênia Senno de Albuquerque Lima. E ele é
patrono de Ramiro Frota Barcelos, Presidente da Academia Riograndense de Letras
etc...
Não há compromissos
financeiros por parte dos titulares nem dos patronos. Todas as despesas correm
por conta do presidente.
As posses são coletivas
quando se entrega aos Patronos o Certificado, que o reconhece como tal e, assim
se procede, com os titulares que se fizerem presentes às Sessões Magnas, de que
já se concretizaram cinco (5), desde a sua instalação.
Os patronos e os seus
ocupantes não gozam de perpetuidade, isto é: com a morte de seu ocupante,
automaticamente cessa o patronato. Exemplo em que o patrono permaneceu: Alceu
Maynard de Araújo foi patrono de José Alves de Figueiredo Filho. Ambos
morreram. A nova titular Neide Keiko Nakamura reescolheu Alceu Maynard Araújo.
Como se percebe, não há
número fixo de cadeiras, não havendo, em consequência, a burguesa imortalidade.
Afora as Sessões Magnas – A
Academia Piracicabana de Letras já lançou em noites de autógrafos dois (2)
livros em São Paulo; sete (7) em Piracicaba.
A Academia jamais pleiteou
auxílios ou subvenções oficiais, ou mesmo de particulares.
Não possui fardões, nem medalhas,
apenas os Certificados para os patronos vivos, ou aos familiares dos falecidos
e para os ocupantes.
Em suas Sessões Magnas
recebeu as colaborações do Conjunto Coral “São Luiz”; da Banda da Guarda Mirim;
da Banda da Guarda Municipal; do conjunto Musical “Os Vigilantes”, todos de
Piracicaba.
O titular ao empossar-se é
apresentado, em improviso, através de uma micro bibliografia e com destaque os
dados de seu patrono. Não há agradecimentos de praxe.
O titular assina o Termo de
Posse e, antes, já o fizera no Livro de Presenças, trabalhos de que se
encarregam o Secretário e o Relações Públicas.
Os titulares são globalmente
convocados para se porem em uma ala especial; os patronos vão à mesa dos
trabalhos, que não é dirigida pelo presidente, que exerce as funções de
coordenador e executivo.
Entre 120 membros há 40
mulheres; pertencem a 43 cidades e 12 Estados brasileiros. Quase todas as
profissões estão, também, representadas na Academia Piracicabana de Letras,
além das mais diversas posições políticas, credos, cultos, religiões,
filosofias etc.”
João Chiarini,
como um dos homenageados na citada Obra histórica, na página 7, ilustrada com
uma foto em sua residência, recebe o seguinte texto: “É caipiracicabano de
17/11/1919. Confessa-o, sempre, que está na juventude. É professor e leciona
Folclore Brasileiro na Faculdade “Auxilium” de Filosofia de Lins e na Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Tatuí, SP. É catedrático do Conservatório
Dramático e Musical de Piracicaba. Jornalista profissional desde 1941;
conferencista; polemista; presidente do Centro de Folclore de Piracicaba desde
1945; da Academia Piracicabana de Letras (1972); da Colonia de Pescadores Z.20
(1952); advogado. É o maior “mala língua” de Piracicaba. Crítico violento. Não
tem medo de rebuços nem de desafios. Sua paixão é sua “pequenina” biblioteca. É
o caipiracicabano mais procurado pelos intelectuais, que aqui aportam. É o mais
conhecido entre todos no Brasil e no exterior. Suas cartas são colecionadas
pelos que as recebem”.
Reproduzir e divulgar este
texto através da Revista da própria Academia representa, em meu entendimento,
uma volta ao passado que é bem possível muitos dos piracicabanos, natos ou
assim reconhecidos ou simplesmente de adoção, desconheçam.
Particularmente, não concordo
com o método então implantado pelo saudoso e muito querido fundador, João
Chiarini.
A atual estrutura da APL, com
diretriz adequada, tem condições de continuar sua trajetória histórica,
necessitando sempre, com toda a evidência, de adaptações e retoques para seu
aperfeiçoamento.
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