Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sobre o livro “Herança de Poeta”, de André Bueno Oliveira

Andre Bueno Oliveira e Armando Alexandre dos Santos trocando seus respectivos livros
texto de Armando Alexandre dos Santos - Cadeira no 10

É com alegria que, embora com algum atraso, cumpro o dever de gratidão e de justiça de registrar, aqui, o magnífico presente que recebi do nosso confrade, o Poeta e Acadêmico André Bueno Oliveira. Brindou-me ele com amabilíssima visita, na qual trouxe um exemplar do seu recente livro “Herança de Poeta”. Já lhe agradeci de viva voz, mas queria fazê-lo também aqui, por este nosso blog comunitário.
Na mesma noite iniciei, com interesse, gosto e proveito, a ler o livro. Melhor dizendo, a saboreá-lo.
De fato, André é um dos cada vez mais raros poetas que ainda versejam em estilo clássico, respeitando não só a rima e a métrica, mas também o ritmo dos versos. A maior parte dos que versejam, hoje em dia, escrevem em versos livres. Poucos têm a pretensão de escrever versos clássicos. Muitos há que acham bastarem as rimas para a poesia ser clássica... Ledo engano!
Outros, preocupam-se também com a métrica, contando as sílabas, e achando que, desde que os versos rimem e o número de sílabas esteja correto, já está feita uma poesia clássica... Outro ledo engano!
Só os bons poetas, os poetas de verdade, conseguem, de ouvido, captar a musicalidade do que escrevem, de maneira a caírem as sílabas tônica dos versos no lugar certo. Só esses não escrevem, como se dizia antigamente, “versos de pé quebrado” – expressão remotamente herdada da literatura latina, quando os versos eram medidos em pés, não de acordo com sua tonicidade (como fazemos nós), mas de acordo com sua quantidade, ou seja, pela sucessão combinada de sílabas longas ou breves. Pegar, de ouvido, a beleza de um verso latino sem rima nem ritmo tônico, mas apenas pela sua quantidade, essa é capacidade muito rara. Acredito que, aqui em Piracicaba, talvez só o latinista Prof. Vitti consiga fazê-lo em nossos dias. Um dos maiores poetas peruanos da atualidade, meu fraternal amigo José Antonio Pancorvo Beingolea, contou-me que somente depois de 7 anos de esforços constantes no estudo do latim clássico chegou a esse patamar...
André Bueno de Oliveira é um raríssimo poeta que escreve versos clássicos sem quebrar os pés... e ainda o faz com graça, com naturalidade, sem usar e abusar das “chevilles” (aquelas palavrinhas monossilábicas desnecessárias ao sentido do poema, colocadas excessivamente pelos maus poetas apenas para não quebrar os pés...). Consegue, sem esforço aparente, traduzir na difícil e seletiva linguagem simbólica pensamentos líricos, bucólicos, por vezes irônicos.
Domina, visivelmente, modalidades muito variadas de composições clássicas, mas mostra clara preferência pelo soneto.
Não vou, aqui nestas notas, transcrever trechos de “Herança de Poeta”. Farei mais e melhor: apenas recomendo, a quem me ler, que vá procurar o próprio livro do André, que foi editado pela Equilíbrio Editora, leia-o, divulgue-o. Garanto que vale a pena.


para obter o livro, contato c/André: e.mail olivandre@bol.com.br e/ou Caixa Postal 76 - CEP 13400-970 - Piracicaba

domingo, 26 de junho de 2011

Lançamento do "Aprendendo com o Voinho" - vol 3

Geraldo Victorino de França - Cadeira no 27
Agora já são três os livros da enciclopédia do Voinho.
O "APRENDENDO COM O VOINHO" - volume 3 está pronto, com prefácio da presidente da ACADEMIA PIRACICABANA DE LETRAS, Maria Helena Corazza, e ilustrações e desenhos dos filhos, netos e bisnetas.

 
Aprendendo com o Voinho- volume 3

Aprendendo com o Voinho - volume 1

Aprendendo com o Voinho - volume 2

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LIVROS...

Príncipe dos Poetas Piracicabanos Lino Vitti- Cadeira no 37

“Oh! bendito o que semeia
Livros, livros a mancheia
E manda o homem pensar.
O livro caindo n´alma
É germe que faz a palma
É chuva que faz o mar”.

Aí está a definição poética do livro. E nenhuma melhor do que essa pois ela expressa a minudência e a imensidade dessa síntese que é capaz de guardar, no bolso até, a História do mundo, a religião de todos os tempos, a ciência em todo o seu esplendor, os acontecimentos universais e individuais, a alma e o coração do homem, o amor, a felicidade, a desgraça, os sonhos, as esperanças, a ciência, a arte, a cultura, a poesia , tudo, tudo cabe dentro de um pequeno ou enorme livro.
O que mais entretanto causa espanto é que nele, por pequeno ou volumoso que seja, o homem ou a mulher conseguem colocar o que de mais valioso têm dentro de si: os pensamentos, as ideias, o saber, a fé e a alma inteira, abrindo aos outros a nobreza de sua inteligência e a grandeza de sua cultura.
Piracicaba é feliz, Piracicaba é grande, Piracicaba se sobrepõe talvez com sua liderança na edição de livros, como se pode conhecer através do noticiário dos jornais e de outros meios de comunicação, que com gloriosa freqüência ocorre nesta privilegiada terra do livro.
E para confirmar o que aí deixo exposto, peço licença para registrar rapidamente os últimos lançamentos colocados à cultura piracicabana e nacional: “Eu, Educadora”, de Leda Coletti; “Aprendendo com o Voinho”, do professor Engenheiro-Agrônomo Geraldo Victorino de França; “Das Sombras à Luz” (História da Comunidade São Domingos de Gusmão) de AntónioVitti; “Coisas do Coração” , de Paulo Dias Neme; “Fatos Históricos de Piracicaba”, do mesmo autor; “Herança de Poeta”, do exímio poeta André Bueno Oliveira.
Esses são apenas os livros colocados ao dispor do povo piracicabano e nacional com que os autores tiverem a gentileza de me presentear em minha casa. Mas há muitos outros tantos e mais que foram distribuídos e que não chegaram até mim, sendo colocados, como tijolos gloriosos para a construção do santuário de livros de Piracicaba.

sábado, 18 de junho de 2011

O CONCERTO DAS RIMAS

Rosaly Ap. Curiacos A . Leme - cadeira no 7


Para que tenhamos criança
Rimando com esperança,
É preciso que idoso
Rime com “generoso”.

Para termos mocidade
Rimando com felicidade,
É preciso que verdade
Rime com qualquer idade.

Para que, além de rima
Haja também a cadência
Que flui e que se domina
E preciso haver coerência
No que faz e se ensina.

Mas a rima bem maior,
Que nasce do coração
E a que se faz com amor,
Melodiosa oração.
Combina, em verso e prosa
E tem cadência: a gratidão!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ESALQ – 110 ANOS


Maria Helena Aguiar Corazza - Cadeira no 3
Meu grande amor e respeito por Luiz de Queirós tiveram início desde minha adolescência quando vinha passar as férias em Piracicaba na casa dos meus avós e não me cansava de pegar o bondinho com minhas tias, e “passear na Escola Agrícola”. Muito pelas belezas naturais (tantas árvores deslumbrantes, plantações, e também as dezenas de prédios e casas (de funcionários, professores e diretores), uns já prontos, outros em construção para moradias, aulas, estudos e laboratórios futuros... Sempre percebi muito movimento lá...). E então, cada vez mais crescia a minha admiração que sempre este homem magnífico, demonstrou em seus sonhos e anseios que eram fazer uma escola agrícola prática para ensinar a arte da agricultura valorizada pela experimentação necessária no sentido de promover uma produção agrícola sustentável para o agricultor, com respeito ao meio ambiente, com pouca teoria, mas com as pesquisas necessárias. Suas obras e objetivos em prol não só de alunos onde seriam instruídos e formados, daí levando para outras plagas as bagagens de conhecimentos recebidos nesta emérita faculdade de agronomia que se transformaria numa das maiores do mundo, mas, pela potencialidade de trazer em si e levar à tona e a cabo, essa suntuosidade de bens voltados ao progresso, sobretudo na alimentação saudável do homem que, para a sorte de nossa cidade, de nosso Estado e principalmente para o Brasil surgiu iniciando aqui em nossa cidade um dia, pelas mãos deste jovem agrônomo e ser humano batalhador dos mais valorosos, visionário por vocação dos mais criativos e competentes, nas suas idéias incríveis de avanço, sobretudo na área agrícola de um país. Luiz de Queirós rompeu todas as barreiras possíveis indo mostrar em outros lugares do mundo a riqueza de compartilhar sua participação inestimável!
Por essas e por tantas outras questões amo Luiz de Queirós! Pela sua genialidade e sagacidade, pulso firme e forte, que nada o fazia desanimar ou desistir de seus sonhos. Amo este tipo de gente! Amo a derrubada de barreiras e o desafio que parece sempre querer destruir tudo o que necessita de dedicação, carinho e afinco para se chegar lá. Por isso fiz de Luiz de Queirós meu patrono na Academia Piracicabana de Letras, da qual hoje exerço o cargo de presidente, com muito orgulho, principalmente por levar adiante o nome e o prestígio desta figura exuberante e bem resolvida desde tempos passados, quando os tabus eram mais ferrenhos ainda, os preconceitos e as dificuldades, grilhões a pretender derrubar ou não deixar florescer ideais, pelo simples fato da acomodação, da inércia, inanição ou indiferença (porque não dizer, por falta de imaginação, capacidade ou competência?). Vaidades que perderam seu lugar, em confronto com o dinamismo e perseverança de Luiz de Queirós que foi o grande vencedor.
Luiz de Queirós não conseguiria jamais ter um monumento à sua altura! Não foi possível! Ele foi grande, acima das expectativas! Como diz a placa em frente ao prédio principal da Esalq: “À Luiz Vicente de Souza Queirós, o teu Monumento é a tua Escola”. Magnífica e eficiente homenagem àquele que levantando sua bandeira de fé em realizar um ensino maior para grandes conquistas nacionais e internacionais traz com ele até os dias de hoje, a glória de seu desejo concretizado no seu magnífico projeto de cultura, eficiência e amor para um mundo melhor.
Só nos resta agradecer pela eficiência e afinco de diretores, professores, alunos e funcionários de tantas áreas que, com tanta seriedade e orgulho desempenham seus papéis com tamanha dedicação e respeito, para que a nossa tão querida Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós se enquadre nas fileiras das maiores instituições educacionais do mundo.
Parabéns à ESALQ pelos seus profícuos 110 anos, a nós pelo orgulho de a termos em Piracicaba, nossa terra, e ao Brasil pela felicidade de ter tido como filho, um homem da força e raça de um Luiz de Queirós!

sábado, 11 de junho de 2011

Ô do Gibi!

Carlos Moraes Júnior - Cadeira no 18
Escrever é fácil. O difícil é comunicar alguma coisa, profunda ou não, a partir daquilo que se escreve.
Muita gente tem vontade! Daí para as barbáries grafadas em letras de forma é um pequeno passo de falta de vergonha.
Sejamos sinceros...Escrever é fácil. Emenda, corta, cola, apaga...Finalmente! Uma crônica! Uma poesia...A primeira, a costumeira, a obrigatória...A derradeira! Fácil, sim, todavia, obra de poucos iluminados, menestréis de prosa e verso, construtores de ideias. Disse poucos? Algumas centenas de milhares, nascidos nos mais distantes rincões, matutos, advogados, radialistas, políticos, escritores...Escritores. Ser escritor é uma paixão? Sofrimento? Utopia num país que não lê, e coloca o torpe e o grotesco como literatura e alija a literatura a um lugar de destaque na prateleira dos esquecidos!
Grita alguém: "Melhoramos muito em 20 anos!" Ainda bem! Senão estaríamos na contramão do tempo. Festejos a parte, temos longo caminho a trilhar:longe dos auto-ajudistas, religiosistas, sexistas...E longe da literatura de regime: da luz, da água, da laranja com abacaxi, dos sete kiwis!
Existem os nascidos para algo e os não nascidos.
Uma coisa é verdade: quem não nasceu para ser poeta ou escritor não deve enveredar-se por caminhos desconhecidos e pretender sê-lo! Falar a linguagem da poesia e da crônica, principalmente, é muito difícil, ainda mais difícil para quem não entende nada de poesia e de crônica e se mete a escrever em tudo o que é lugar, com ares de varredor de rua que leu um pedaço do Almanaque do Biotônico e se deu ares de botar as manguinhas de fora para os incautos.
Quem não entende, engole o fio de cabelo no meio da massa do pão, mas quem entende, acha o fio de cabelo e vai de esporas em cima do padeiro!

CLUBE DOS ESCRITORES (site)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Plágio é crime!


Ivana Maria França de Negri - cadeira no 33

Plagium – termo usado na antiga Roma para designar o furto de pessoas livres que eram vendidas como escravas. O ladrão era conhecido como plagiarius. Mais tarde, o termo foi usado por um poeta de nome Marcial para escritores que copiavam seu trabalho.
O plágio, tal como se aplica a palavra hoje, configura-se não só na apropriação indébita de textos literários, mas também de partituras musicais e nas artes plásticas.
Não se sabe muito bem até que ponto uma obra pode ser considerada adaptação artística ou uma simples cópia mesmo. Os parâmetros variam.
O autor da fraude quando copia, pensa que nunca será apanhado. Mas se for premiado e divulgado, a chance de alguém reconhecer a cópia aumenta bastante.
Hoje em dia, com a Internet, plagiar se tornou banal. Estudantes copiam e colam textos em trabalhos escolares e nem se dão ao trabalho de apagar o rodapé onde se lê o endereço do site utilizado. Também é costume enviar poesias, contos e crônicas para concursos apenas retirando o nome do verdadeiro autor e transferindo a autoria para si.
Quem está acostumado a participar de júris aprende depressa a identificar os plagiadores. Conheço uma pessoa que participou de uma banca de jurados noutra cidade e encontrou uma poesia de sua autoria concorrendo ao prêmio. Imediatamente entrou em contato com o plagiador que afirmou desconhecer que copiar uma poesia que gostou poderia ser um ato criminoso. Eu mesma, já tive uma poesia de minha autoria plagiada e publicada em jornal. A gente nem acredita quando começa a ler e pensa: conheço isso de algum lugar... Falta de criatividade, incapacidade ou mau caratismo mesmo?
Se o júri não for capacitado e não tiver conhecimento de algumas artimanhas, acabará selecionando plagiadores, e por conseguinte, criando fraudes e deixando de premiar quem realmente merece.
Os professores deveriam orientar seus alunos quanto a essa prática e incentivá-los sempre a escreverem textos próprios. Podem até se basear no estilo de um autor, mas não literalmente copiá-lo. Já está mais do que na hora de iniciarmos uma campanha nesse sentido, já que existe a lei de direitos autorais. Citações devem vir sempre acompanhadas de aspas e o nome do autor.
Muitos dos que escrevem para jornais copiam trechos inteiros sem citar a fonte. Talvez por preguiça de criar algo inédito ou por falta de inspiração. Em qualquer dos casos, melhor deixar para escrever num dia mais inspirado.
A escritora Silvana Duboc escreveu acerca dos plagiadores: “Eles têm nome, chamam-se ladrões de poesias. Gente que não teve a sorte de ser agraciada por Deus com a inspiração. Chamam-se autor desconhecido se preciso... Assim, arrancam nomes de autores de textos e poesias e lançam os seus com tamanha heresia, que nem sequer se dão conta do seu grau de patifaria. Coitados deles que acreditam mesmo que são donos daquilo que muitas vezes nem sequer sabem interpretar. Jamais Vinícius assinou algo de Veríssimo e nem Lispector de Cora Coralina. Pobre do ladrão de poesias, aquele que por não saber criar as suas próprias fantasias, vive a surrupiar as emoções que diante de seus olhos vê passar. Eles têm fome, têm gana de ser o que não são, mas acima de tudo, eles não têm perdão.”
Concordo plenamente com ela. Plagiar é um ato repulsivo que não deve ser tolerado. Só demonstra incapacidade e falta de traquejo na escrita.

Autor deconhecido não existe

quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS AMANTES


Francisco de Assis Ferraz de Mello - cadeira no 26


Um dia eles chegaram. Solidários,
Braços dados, unidos fortemente
Como os anéis de uma tenaz corrente,
Como pólos elétricos contrários.

Eram velhinhos já, octogenários!
Mas havia entre os dois o amor ardente,
Como o que prende um par adolescente
E o acompanha por todos os calvários.

Quem eram, afinal, aqueles seres
- Companheiros nas dores e prazeres –
Já muito além das bodas brilhantes?

Soube-se, então. Não eram nem casados,
Somente um par de eternos namorados
- Desde mocinhos, um casal de amantes.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

VISITA DE POETA *

Andre Bueno Oliveira (cadeira no 14) e Myria Machado Botelho (cadeira no 24)
   Myria Machado Botelho

Tanto quanto sua Herança de Poeta, sua visita, Andre Bueno Oliveira, comoveu-me pela simplicidade, junto de uma aquisição, a de ganhar um amigo. Porque é na amizade que nossos ideais e nossas esperanças nascem e são divididos em silêncio. É na amizade que amadurecemos o espírito e partilhamos o prazer das descobertas. Estas, embora muitas vezes não constituam surpresa, podem ser surpreendentes, como a de seu primeiro livro que você, muito modestamente, concedeu-me o privilégio de colocá-lo em minhas mãos.
Eu não o conhecia pessoalmente, a não ser pelas antologias enriquecidas por sua participação nas páginas literárias dos jornais da terra e de nossas bravas incentivadoras da arte em Piracicaba e também poetas: Maria Cecília Machado Bonachella (sua amiga e admiradora enquanto viveu) e Ivana Maria F. de Negri.
André, tudo o que se escreveu e falou sobre seu livro é de inteira justiça, ao qual eu acrescentaria que sua herança não se restringe à família. Ela é também um patrimônio, um enorme benefício para as letras piracicabanas, além de constituir uma vitória da persistência. Sim, porque não é fácil resistir a essa onda de modismos, inovações e hermetismos que vem transformando nossas preciosas letras em produtos descartáveis e medíocres, com raríssimas exceções, é claro. Seus versos rimados, com certeza mais difíceis, contêm aquela sonhada simbiose de forma, conteúdo, musicalidade, sobretudo simplicidade, aquela faculdade de dificílima execução, tão sonhada pelos escritores verdadeiros, como bem a descreveu nosso grande mestre Machado.
Ao acaso, lendo seus versos, os sonetos por excelência, talvez o mais exigente para o poeta, vamos colhendo pérolas de lavor delicado pérolas que para serem citadas não caberiam no curto espaço de uma crônica. São tantos os que falam ao coração e à sensibilidade, além de surpreendente “facilidade” de seus malabarismos que bem demonstram uma escola, aquela que não se improvisa, nem surge espontaneamente da noite para o dia. Ela requer muito traquejo, estudo, vigília e arte. Ao lado, pé claro, do necessário talento. O poeta é, não se faz. Um soneto sem verbos, outro com rimas proparoxítonas, outro ainda monissilábico em versos, realmente é proeza para poucos.
Entre tantas filigranas de seu livro, o seu Soneto Livre, retrata bem uma trajetória de poeta que alcançou, a duras penas, uma realização exigente e bem formada nos caminhos da verdadeira poesia:

“Trilhando da poesia o labirinto,
entrei mas catacumbas dos sonetos.
Caí nas rimas duplas dos quartetos,
sem antes explorar o seu recinto.

A queda me feriu, mas dor não sinto.
Levanto-me. Procuro os mais diletos
caminhos generosos dos tercetos,
e sigo a cada passo o meu instinto.

Às vezes sigo a regra lusitana,
levando de Camões a seriedade.
Porém, ao ler os versos de Quintana,

e de outros menestréis (Drummond de Andrade),
percebo que o soneto se engalana,
buscando da prisão, a liberdade!”

Parabéns, meu novo amigo: seus versos, como as asas diáfanas da fantasia, acariciam o coração e a alma, e despertam o sentimento para as boas coisas da ávida, hoje mais necessárias do que nunca. Obrigada duplamente pela sua homenagem póstuma a nossa querida Cecília, que lá no céu estará compondo um agradecimento para você com aquela candura toda sua, “em versos que consolam qualquer pranto”.

* texto publicado no Jornal de Piracicaba (dia 3 de junho de 2011)

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz