Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

Seguidores

domingo, 30 de outubro de 2011

BRUXA APOSENTADA

Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33
Patrono: Fernando Ferraz de Arruda

           “Velha feiticeira prestes a se aposentar, vende apetrechos de magia. Cansada de criar poções miraculosas, passa o ponto oferecendo negócio de ocasião.
            Vende uma varinha de condão, já bastante usada, mas que ainda concede alguns dons, tais como amenizar saudades doloridas, reacender a chama de antigas paixões ou realizar pequenos sonhos.
Troca vassoura voadora em bom estado, por um jatinho, moto, até mesmo um fusquinha conservado serve.
Permuta centenas de apostilas de feitiçaria por uma coleção de livros de Paulo Coelho.
Vende, pela melhor oferta, um caldeirão enferrujado e uma cartola que ainda faz saltar um ou outro coelho branco de vez em quando. Ultimamente endoideceu e só saem de dentro dela sanguessugas, ratos e urubus, que procriam como peste”.
Estou cansada, muito cansada. Já não consigo, como antigamente, resolver os problemas das pessoas que me procuram. Não tenho remédio contra a maldição dos corruptos porque isso está além das forças de uma bruxa honesta. Também não tenho poção contra mensalão, valeriodutos, dólares em cuecas, esquemas, máfias, propinas e subornos como me solicitam. Os pedidos se multiplicaram e minha varinha tornou-se impotente contra essa arrasadora epidemia que assola o país.
Não tenho outra opção, a não ser me aposentar, para não sair completamente desacreditada. Contra esses bruxos novos, chamados de políticos, não há magia ou encanto que resolva. O feitiço deles é tão forte que está fora do campo de ação de uma bruxa decente. Não dá para desmascarar tantas falcatruas. Eles são mestres em ludibriar. A porta de entrada para o mundo da magia que criaram chama-se voto. São milhares de votos de pessoas incautas que os colocam lá no topo da hierarquia e eles podem atuar como bem entenderem depois que atingem essa meta. Não há encantamento, feitiço ou magia, por mais poderosos que sejam, que impeçam os corruptos de agirem.
Por isso, aposento-me, e não levo nem varinha e nem caldeirão, nem vassoura e nem chapéu. Desfaço-me de todos os amuletos e receitas de poções. Estou falida porque não possuo antídotos para tanta mandinga ruim. Cansei. A coisa chegou a um ponto que nem magia resolve. Pois se nem sei mais transformar tristeza em alegria, um feitiço básico que aprendi no início do curso de bruxaria.
Minha mágica não produz mais efeito. Agora, só milagre! Vou fazer uma lipo, uma boa plástica, uma recauchutada geral. Pretendo tornar-me “amiga” de algum figurão para levar uma vida mansa, andando de jatinho particular, e descansando em algum paraíso fiscal, pois ninguém é de ferro, nem mesmo uma bruxa recém-aposentada como eu.
Procurem o “cara lá de cima”, pois só ele tem maiores poderes do que os meus. E o façam com urgência, porque esses novos bruxos, com raríssimas exceções, pretendem transformar o Brasil no País das Maravilhas (para eles, é claro!).
Chega! Bruxaria, nunca mais!

sábado, 29 de outubro de 2011

SEGREDOS PARA VIVER MELHOR

Maria Helena Vieira Aguiar Corazza
Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
A vida tem mostrado pessoas que estão sempre doentes e outras mais fortes que dificilmente adoecem. Qual será o segredo ou o motivo disso? Porque alguns têm muito mais saúde que outros? Matutando sobre o assunto encontrei pesquisas de autores que traduziram experiências de um grande numero de gente transformando este trabalho em livros que se tornaram verdadeiros “best seller”. Então, achei muito importante levar aos meus leitores uma porção de conclusões benéficas que, se aceitas e aplicadas poderão se tornar uma fonte saudável de mais alegria de viver sadiamente.
Dentre as muitas dicas apresentadas, a “água” (que pode ser adicionada a sucos naturais, chás e água de coco), ocupa um lugar primordial na saúde do indivíduo, assim como comer mais nozes, várias frutas e alimentos da sua região, usar mais alho na comida, conhecer os benefícios da soja pela longevidade e outros atributos que traz, os integrais diariamente, usar menos carne vermelha e mais peixes, principalmente os de água fria investindo assim, mais no “ômega três”, sempre os vegetais na mesa crus ou cozidos, principalmente o brócolis que é tão anti-cancerígeno, trocar muito café diário pelo chá verde, comer mais iogurte e evitar o cigarro e o álcool. A laranja é bem citada pela vitamina “C”, controlar bem o sal e desfrutar do sol, sobretudo o da manhã, e nada de moleza, aproveitar o contato com a natureza pisar na grama, olhar as flores e as árvores, ouvir os pássaros e praticar esportes (caminhadas para fortalecer ossos e articulações e fugir do colesterol, por exemplo), respirar com inteligência e ter atitudes positivas e ser muito mais ativo, fazer amigos e ser até um voluntário ao encontrar a causa certa de um trabalho social, nem que seja uma noite por semana para reuniões de crescimento, tanto para o favorecido, como para quem professa. Brincar com as crianças e curtir algum animal, fazer seu jardim se souber e gostar, e cochilar depois do almoço então será um bem descomunal que se faz a si... Praticar sexo com prazer e dormir bem, conhecer melhor a “ioga” (aqui é preciso consultar, pela quantidade inacreditável de bens que ela proporciona...) Cuidar dos dentes (pesquisar para ver a importância desse item), e fracionar a dieta, isto é: comer mais vezes ao dia em porções menores para não ficar com uma fome exagerada após passar muito tempo, e querer comer depois, tudo de uma só vez. Aprender a fazer planos para que, os inúmeros compromissos não afetem o sistema nervoso, hormonal e imunológico provenientes das tensões provocadas pelas correrias na vida atual. “Diminuir a dispensa” e trocar os pratos grandes por menores foi mostrado que dá uma diferença de 30% nas calorias. Definir seus propósitos e cultivar a fé entendendo que a religião dá uma outra dimensão às vitórias e às perdas e uma esperança e uma coragem que, sem ela tudo fica mais difícil para sobreviver. Criar um tempo para a família e ser amoroso, agradável, gentil e generoso com ela, ouvir mais o próximo e pensar menos em si mesmo, e perdoar sempre que for preciso. Estudar muito e fazer o que gosta (sua vocação?), ouvir sua musica preferida, são maneiras interessantes e preciosos antídotos contra angustias, depressões e momentos desagradáveis, e nunca se esquecer que você merece “ter um dia só para você”, para meditar, refletir e orar, e se um dia for muito, pelo menos, quinze ou vinte minutos diários para não fazer nada, apenas para relaxar e pensar...
Importantíssimo é enfim, desacelerar o ritmo, a fim de conseguir “celebrar a Vida”, aliás, o bem mais precioso que temos, fazendo com que a nossa “emoção” jamais esmoreça e sempre sobreviva!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lançamento do livro infantil digital "Vamos Salvar nossa Casa"

Valdiza Maria Caprânico- Acadêmica da APL

Valdiza Maria Capranico lança seu primeiro livro em formato digital, voltado para crianças do ensino fundamental na Biblioteca de Piracicaba.
Crianças ajudaram no plantio de árvores.

Gazeta de Piracicaba

O livro digital Vamos Salvar Nossa Casa foi lançado pela professora Valdiza Maria Capranico

Ecologia e preservação do meio ambiente é o tema do livro infantil, em formato digital, que será lançado na tarde de amanhã (27), na Biblioteca Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto, em Piracicaba. Segundo a autora, Valdiza Maria Capranico, a carência de um material didático direcionado, sobretudo, aos alunos do ensino fundamental motivou a criação do livro, que é intitulado Vamos Salvar Nossa Casa e é 100% interativo.
“Fiz uma pesquisa durante cinco anos entre os alunos de várias escolas aqui na cidade e constatei essa deficiência, o que acabou também prejudicando o aprendizado dos alunos”, comentou a escritora e também professora aposentada.
O livro foi escrito de forma clara, fácil. Aborda os principais conceitos sobre o meio ambiente e as frequentes dúvidas entre a galerinha de seis a dez anos. “Falo do momento em que o planeta está vivendo, sobre algumas catástrofes da natureza e de dúvidas comuns relacionadas aos alimentos e do próprio meio que vivemos”, explicou Valdiza.
Vamos Salvar Nossa Casa é o 11° livro da autora, que sempre escreveu sobre o meio ambiente e a preservação dele. “Meu objetivo com essa obra é fazer com que a criança leia, aprenda, tire dúvidas e se informe. A própria criança dita o ritmo da leitura, apenas movimentando o mouse e escolhendo o tópico”, comentou a autora.

PIONEIRISMO

Segundo ela, o livro é um dos primeiros a ser lançado no município em formato digital. “A única coisa que o leitor precisa é de um equipamento eletrônico, como computadores, leitor de livros digitais ou até mesmo celulares que suportem esse recurso e o uso da internet. O livro será armazenado em um site, o qual divulgaremos no lançamento”, disse Valdiza.
A principal vantagem do livro digital é a sua portabilidade. “Nesse formato, o livro pode ser transmitido rapidamente por meio da internet. Se alguém quiser adquirir um livro digital vendido em outro país, pode adquiri-lo imediatamente e em alguns minutos já estará lendo”, completou a autora.
Valdiza Maria Caprânico entre a diretora da Biblioteca Municipal, Lucila Calheiros Silvestre, e a Secretária de Ação Cultural Rosângela Camolese

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Boa Literatura em Blogs e Sites

Armando Alexandre dos Santos
Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
Tenho em mãos, e estou saboreando aos poucos, gota a gota, um precioso livro que me foi mandado pelo mestre e amigo Renato Alessandro dos Santos, coordenador do curso de Letras do Centro Universitário Claretiano, de Batatais. Intitula-se “Mercado de Pulgas: uma tertúlia na Internet” (Editora Multifoco, Rio de Janeiro, 2011, 270 pgs.). Nele, encontra-se reunida uma seleção de postagens que efetuou em seu site www.tertuliaonline.com.br, nos últimos anos.
Durante muito tempo, desde meados do Século XIX até certa altura do Século XX, debateu-se muito se Literatura era algo possível de existir na velocidade – que àquele tempo parecia já vertiginosa – da produção de textos jornalísticos. A pressa com que se devia, a cada 24 horas, fechar a edição de um jornal, seria consentânea com os nobres vagares da elaboração literária, que durante milênios se firmara como assente? A produção quase em série de textos, numa velocidade que fazia lembrar a famosa linha-de-montagem fordiana, permitiria um burilamento e um controle de qualidade sobre o que se escrevia e rapidamente se imprimia?
Por outro lado, a rapidez extrema com que, no jornalismo impresso, as novas notícias envelheciam e se desatualizavam, fazia com que também dificilmente um texto pudesse ser apreciado, reapreciado, saboreado aos sorvos (mais ou mesmo como estou fazendo com o livro do Renato) e, assim, adquirissem certo caráter de permanência e atemporalidade, indispensável para que pudesse ser, em algum tempo, mimoseado com o prestigioso e ambicionado epíteto de “clássico”. As produções escritas tornavam-se, por força das circunstâncias, efêmeras, quase descartáveis, e isso parecia não combinar, de modo algum, com o que sempre se entendera por literatura.
No entanto, nas entranhas mesmo desse impiedoso processo produtivo tão compressor e massificador, curiosamente estava sendo gestado um gênero literário novo, típico da época e que hoje já se encontra inteiramente assimilado e reconhecido nos moldes da literatura. Refiro-me à crônica, gênero de texto rápido, diário, ambíguo e polivalente, que diz tudo e nada diz, que, quando bem feito, atrai e convida à reflexão e à crítica, e que tem, ademais, o condão de quase viciar um leitor. Quem conseguia, nos velhos tempos, abrir o Estadão sem procurar logo as deliciosas crônicas diárias de L. M. (Luís Martins), sucessor de outro brilhante cronista que, no passado, marcara época e deixara saudades, V. Cy (Vivaldo Coaracy)? E quem, ainda hoje, em Rio Claro ou Piracicaba, deixa de ler diariamente as crônicas sempre vivas e sugestivas do meu amigo Jaime Leitão?
Hoje, a crônica constitui um gênero literário inteiramente aceito. Neste ano, já o Prêmio Escriba, da Prefeitura Municipal de Piracicaba, contemplou essa categoria literária, que será alternada com as de Poesia e Contos. Foi uma sugestão minha essa inovação, e com alegria e surpresa foi aceita sem resistências... Imaginei que houvesse reações, mas não houve. Os estudos preliminares foram feitos, uma lei municipal chancelou a ideia e agora o Prêmio Escriba de Crônicas é uma realidade. A poetisa e escritora Ivana Maria França de Negri foi a piracicabana mais bem colocada na primeira edição do concurso. Ainda neste mês deve receber seu merecido prêmio.
Quando começaram a se generalizar os blogs, também não faltaram pessimistas que viram, na novidade, o toque de finados para a Literatura... A velocidade vertiginosa dessas publicações on-line lhes parecia, realmente, de todo em todo incompatível com a serenidade que habitualmente se espera de um sisudo e bem comportado profissional das Letras.
Pois agora o meu amigo Renato, profissional das Letras, literato e mestre de Literatura, não sisudo, mas brincalhão e bem-humorado, vem demonstrar que, nas velocidades espantosas do teclado e da cibernética também é possível escrever com talento, com bom gosto, com profundidade de pensamento e de análise.
Seu livro é manifestação evidente disso. Nele lemos contos, crônicas, textos poéticos, entrevistas, análises futebolísticas (esqueci de dizer que o Santos Futebol Clube é, quase, a religião do Renato...), comentários cinematográficos (outra grande paixão do autor), considerações sobre Gastronomia e Culinária, sobre Música, sobre Literatura (que afinal de contas é a especialidade do autor). E, dando um charme especial ao conjunto, alguns textos tocantes sobre seu filho Théo e sobre a grande mulher e mãe exemplar que é sua esposa Sílvia Renata.
Detenho-me por aqui, convidando o leitor a procurar na Internet o próprio site do Renato, ou a encomendar, à editora Multifoco (Av. Mem de Sá, 126, CEP 20230-152, Rio de Janeiro-SR), um exemplar do livro.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ACADEMIA SANPEDRENSE DE LETRAS


No último dia 22 de setembro, data na qual se comemora o Dia do Poeta Gustavo Teixeira, a cidade de São Pedro viu nascer a Academia São-Pedrense de Letras, fundada em noite de grande festa no Museu que leva o nome do poeta.

Ali estiveram reunidas as autoridades locais, escritores da cidade, amantes das letras e acadêmicos de cidades vizinhas, que testemunharam a criação da Academia, que surge com o objetivo de valorizar a cultura, a educação e fomentar a produção literária.

A solenidade destacou o trabalho que já existe dos escritores são-pedrenses, como Antonio Alves Almozara, João Ribeiro, Gentila Frare, Maria Aparecida Fracasse de Barros, Maria do Carmo Mendes de Andrade e Souza e Antonio Carlos dos Santos, que na ocasião também lançou seu primeiro livro, “Impressões”.

O vice-presidente da Academia Piracicabana de Letras, professor Armando Alexandre dos Santos, relembrou as origens das academias, que surgiram com a instituição fundada por Platão, na Grécia Antiga, e que recebeu este nome em homenagem ao herói da mitologia Academo, que dava nome ao bosque onde Platão fundou a primeira escola de ensino superior do Ocidente, lembrando que a vocação das academias é justamente preservar, proteger e incentivar o patrimônio intelectual, colocando a Academia Piracicabana, desde já, como parceira da Academia São-Pedrense.

O professor Alexandre José Silva, representando a Academia Amparense de Letras, ressaltou a importância da iniciativa, coroando e reconhecendo a afinidade da terra de Gustavo Teixeira com as letras e a produção literária.
Para a secretária de Cultura de São Pedro, Viviane Stocco, a Academia São-Pedrense de Letras terá o objetivo de promover discussões sobre a literatura local, estadual e nacional, proporcionando o desenvolvimento literário da língua nacional.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AOS POETAS ( hoje - 20 de outubro - é Dia dos Poetas)

André Bueno Oliveira
Cadeira n° 14 - Patrona: Branca Motta de Toledo Sachs

Cantai Simônides da Grécia antiga,
um belo ditirambo ao som da lira;
louvai a vossa amada, a doce Lira,
e a linda Dorotéia, amante e amiga.

Àquela meretriz que vos admira,
fazei também romântica cantiga:
- à pobre Tálata, de amor mendiga,
que acende (da paixão) a vossa pira.

Mas eu, Anacreonte em minha Atenas,
não louvarei as mulheres apenas
por serem elas minhas prediletas.

Quero brindar erguendo minha taça,
e desejar a todos dessa raça:
Saúde...! poetisas e poetas!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O VELHO MÉDICO

Cássio Camilo Almeida de Negri
Cadeira n° 20 - Patrono: Benedicto Evangelista da Costa


O médico aposentado estava sentado na cadeira da cozinha, braços apoiados na mesa, e a sua frente, uma caneca de café com leite, que bebericava vagarosamente e na qual amolecia as torradas que comia.
Enquanto mastigava sem pressa, os pensamentos borboleteavam na mente do velho doutor.
Lembrou-se que no início da carreira ainda dava toda atenção ao paciente, conversando bastante, colhendo informações valiosas para o tratamento, palpando, tocando com as mãos, toque este que parecia fazer parte da cura, como as mãos divinas do Cristo a curar o lázaro.
O tempo foi passando, a tecnologia crescendo, veio a ultrassonografia, a tomografia computadorizada, a era digital e o paciente foi transformado em um numero:
- É o paciente do leito trinta da pediatria do pavilhão dois, diziam no hospital, não era mais o Joãozinho.
Não que a tecnologia tenha sido má, pois descobriu muitas doenças quando ainda tratáveis. O problema é que a tecnologia é mal usada, devassou os meandros do corpo e encobriu as belezas da alma.
Lembrou-se também da pressa. Quanta pressa tivera na correria do dia-a-dia indo do consultório ao hospital, aos plantões e aos vários empregos. Nem tivera tempo para si e para sua família.
Tinha tanta pressa que o tempo também acelerara. Os filhos cresceram tão rápido, nem pôde levá-los no primeiro dia de aulas, nem na primeira comunhão, quantas vezes prometera ensinar a andar de bicicleta...tantas que acabaram aprendendo sozinhos. E a casa de bonecas no quintal, que nunca construiu?
Vieram os netos e tudo se repetiu.Cresceram e ele nem percebeu.
Até o gato, quando vinha se aconchegar ronronando ao seu lado, era espantado,pois o doutor não queria ser atrapalhado em seus estudos quando estava de “folga” em casa.
Agora em seus noventa anos, estava ali sozinho, pois a esposa já falecera, os filhos e netos há muito haviam voado para fora do ninho e assim como ele nunca sentira suas faltas, também não sentiam a falta de um velho esculápio tomando café com leite e torradas. Por sua mente vieram versos mal lembrados de Drummond:
- E agora, doutor
A festa acabou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, doutor
Pra onde?
Comeu mais um pedaço de torrada e café com leite.
Agora, sem pressa, tinha todo o tempo do mundo, mas não tinha mais o mundo para preencher o seu tempo.
Pensou que tudo o que aprendera em medicina, também não significava mais nada, tudo estava ultrapassado, o novo conhecimento substituíra o antigo.
Empurrou a caneca de café com leite para o lado, colocou a testa sobre os braços cruzados em cima da mesa e assim ficou até que duas lágrimas rolaram pela sua face.
A vida fora em vão...
Sob a forma de uma borboleta azul, um pensamento aos poucos veio se aproximando, titubeante, mas foi crescendo, até iluminar sua mente como um clarão multicolorido. A borboleta se transformou naquela pacientezinha de quatro anos que há mais de sessenta anos não pudera salvar, e que em seus últimos momentos beijara-lhe a face e derramara algumas lágrimas, tocado que fora pela compaixão.
Sorriu, montou nas asas da borboleta, deixou seu casulo e voou, voou até desaparecer no horizonte da vida.



domingo, 16 de outubro de 2011

Curiosidades da Amazônia


Geraldo Victorino de França
Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior


a) A Amazônia é uma grande região natural situada no norte da América do Sul, que inclui toda a bacia do rio Amazonas, abrangendo terras do Brasil, Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, totalizando uma área de 3.580.000 km2.
b) È chamada " hiléia " a floresta latifoliada ( folhas largas ) e perenifólia ( folhas perenes) que cobre a maior parte da Amazônia, constituindo a maior floresta tropical do mundo, só superada pela floresta temperada de coníferas, da Rússia.
c) Apresenta grande biodiversidade ou diversidade biológica, contando com cerca de 100 mil espécies vegetais e aproximadamente 1 milhão de espécies animais, com predominância dos insetos.
d) No Brasil, compreende os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, oeste do Maranhão e Norte do Mato Grosso, perfazendo uma área de 3.026.500 km2, correspondente a 57% do território brasileiro.
e) O clima predominante é quente e úmido, praticamente sem estação seca. O total anual de chuvas varia de 1.000 a 3.000 mm.
f) A bacia hidrográfica do Amazonas é a maior do mundo, contendo grande número de rios que são mais longos que qualquer rio europeu.
g) O rio Amazonas é o maior do mundo em volume d'água, com uma vazão média de 200.000 m3/seg.
h) O rio Amazonas é o segundo maior rio do mundo em extensão, sendo superado apenas pelo rio Nilo, com um volume d'água bem menor. Mede 6.280 km, desde a sua nascente no Peru, no alto dos Andes, até a sua foz na costa norte do Brasil.
i) No trecho final,a largura do rio Amazonas considerável, chegando a alcançar algumas dezenas de quilômetros, parecendo um verdadeiro mar de águas barrentas. Na época das inundações, o seu leito maior fica totalmente recoberto pelas águas, atingindo em certos trechos uma faixa de 50 km de largura.
j) Na foz do Amazonas , as marés se manifestam com grande amplitude e impetuosidade, produzindo o fenômeno chamado pororoca, que é o estrondo ocasionado pelo encontro das correntes de marés com as correntes fluviais.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

EU EDUCADORA

Leda Coletti
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco

Dos sete aos cinquenta
meu ambiente foi escola.
Concluo agora aos setenta
a vida é mesmo uma bola.

E nessa bola eu vivi
tentei a todos servir,
muitas coisas aprendi
sempre aguardando o porvir.

Por isso meu palavreado
tem a ver com profissão,
acredito ter semeado
um pouco da Educação.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

GÊNESE DOLOROSA

João Baptista de Souza Negreiros Athayde 
Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira



                             (mini-conto)

Tentava condensar a quadra mais amarga da história da sua vida nas linhas apertadas de um conto; sabia que era preciso escolher as palavras, desprezar os floreios que deixam a frase obesa, enxugar as metáforas que esticam o fio condutor da narrativa, suprimir ecos e aliterações que lembram rimas poéticas; era preciso usar pontuações adequadas que dão fluência e amálgama ao personagem e às suas peripécias, enquadrar a ação do personagem  e o movimento narrativo no binômio espaço/tempo para estabelecer empatia com o leitor; era preciso fazer que o tema se insinuasse aos poucos,  sem sobressaltos, para evidenciar-se somente no epílogo, ou depois dele; era preciso trabalhar a concisão da história, nem tão pouco que a transformasse num romance, nem muito para que se fizesse mera crônica.
Ao final, percebeu que condensara tanto o amargo de sua história, que a essência de sua dor acabou por transbordar das entrelinhas, gotejando lamentos e os restos de seus sonhos mortos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Padroeira da Pátria

Lino Vitti
Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz 
                 

Lino Vitti


Todos os dias, com a graça de Deus, entre as 9 e 10 da manhã, ligo a minha já superada tevê, na faixa da Rede Vida, canal 24, para assistir a Santa Missa recitada, ao vivo, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e, acredito, o mesmo deve dar-se com a maioria dos assistentes pelo Brasil afora, até as fronteiras onde alcança a importante e cristã emissora televisiva.
Dia 12 de Outubro é consagrado a Ela, porque a data é alusiva a essa Nossa Senhora, misteriosamente encontrada por pescadores cristãos quando rodavam sua canoa em busca de seu meio de vida e da vida de suas queridas famílias: os peixes.
Milagre ou não a estatueta foi recolhida por eles e levada onde merecia estar, graças ao quê acabou por se tornar ela uma devoção popular e de então, dado o grande amor que anima a todos os bons brasileiros, acabou se tornando um motivo de busca religiosa e cristã.
E tanto o povo se apegou à devoção da virgem negra que acabou por se tornar a Padroeira do Brasil, em que se perpetua pelos tempos afora, até a consumação dos séculos.
É a 12 de Outubro pois que o povo brasileiro, carinhosa e cristãmente, se congrega com suas preces e com suas homenagens à sua ínclita Padroeira, quando certamente lhe pedirá que continue a amar, proteger, orientar, alegrar este povo que com tanta devoção a aclamou sua Padroeira, uma padroeira que encarna em sua representatividade uma das dignas raças que formou o povo brasileiro e que contribuiu com seu trabalho, embora dolorosamente escravizado, para formar este grande e rico Brasil, invejado por muitas outras nações pela sua grandeza territorial, cultural, religiosa e humana.
Razão pois temos o povo brasileiro de consagrar esta nação ao amor, ao amparo, à devoção, á felicidade de Nossa Senhora Aparecida e justo que lhe dedique um data como feriado nacional, qual o merece e deve permitir aos brasileiros de todas as condições sociais façam deste dia um encontro de corações e homenageiem com todas as veras da alma aquela que é sua Santa Protetora, elo feliz e grandioso entre o Céu e a Terra brasileiros.
Admiro, confesso-o, aqueles peregrinos que de todas as localidades do Brasil, diariamente são mostrados pela Rede Aparecida e RedeVida, comprovando o quanto ela é amada, invocada, querida por todo o Brasil. E com todo amor de filhos oram: Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós.
Vejo, naquelas manifestações diárias, vindas de todos os recantos da Pátria, à Nossa Senhora Aparecida consagrada, o quanto é devoto o nosso povo, humilde, simples e amoroso, daquele milagre que um dia as águas do rio Paraíba viram surgir de seu seio, onde havia um tesouro religioso aguardando fosse um de outra feita encontrado para se tornar esse grande e inegualável milagre de amor à Virgem Mãe de Deus, para ser a perpétua e feliz Padroeira do Brasil.
http://vanessalima.arteblog.com.br

sábado, 8 de outubro de 2011

Saudação à Primavera

Antonio Carlos Fusatto
Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda


Canto a tua chegada,
Oh! Bela florada;
inebrias os olhos de
quem vê!

Flores jovens, tremulando,
ao suave toque
do vento ameno,
no amanhecer.

Que emoção misteriosa,
este alvorecer!

Gotículas de orvalho
cobrindo a relva.
Murmurar do manso
regato que serpeia a selva.

Gorgeio dos pássaros,
melodia maviosa.
Chilreada nos ninhos,
filhotes que nascem.

Nesta sinfonia da vida,
qual notas procurando notas,
pra harmonizar a melodia.
Suave perfume exala,
inebriando toda
− campina.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CRIANÇA! MINHA CRIANÇA!


Maria Emilia Leitão Medeiros Redi (in memoriam) Cadeira n° 38 - Patrono: Elias de Melo Ayres

Criança! Minha Criança!
Perdida luz das estrelas
A vaguear esquecida
Pelas esquinas da vida,
Em cantos da solidão ...
Criança! Minha Criança!
Que vento arrastou seus passos
Por caminhos descuidados
Entre os adeuses do plátano
Espalhados pelos chãos??
Criança! Minha Criança!
Venha! Já clareou o dia.
Os fantasmas já se foram ...
E os sonhos alucinados
Floresceram primaveras
− Como "presente" da Vida!!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ORAÇÃO DOS ANIMAIS

Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33
Patrono: Fernando Ferraz de Arruda

Meu São Francisco de Assis
Protetor dos animais
Olhai por nós que rogamos
Vossa bênção e muita paz.

Olhai os abandonados
Sofrendo agruras nas ruas
E os que puxam carroças
Açoitados nas ancas nuas.

Pelos pobres passarinhos
Que não podem mais voar
Presos em rudes gaiolas
Só porque sabem cantar.

E as cobaias de laboratório
Que sofrem dores atrozes
Em experiências terríveis
Que lhes impõem seus algozes.

Pelos que são abatidos
Em matadouros insanos
Para servir de alimento
Aos que se dizem humanos

Olhai os que são perseguidos
Sem piedade nas florestas
Só por causa da ambição
Dessas caçadas funestas.

Pelos animais de circo
Que não têm mais liberdade
Presos em jaulas minúsculas
À mercê de crueldade.

Olhai os bois de rodeio
E os sangrados nas touradas
Barbárie e crimes impostos
Por pessoas desalmadas.

Pelos que têm de lutar
Até a morte nas rinhas
Quando o Homem faz apostas
Em transações tão mesquinhas.

Olhai para os que são mortos
Nos macabros rituais
Em altares religiosos
Que usam sangue de animais.

Meu bondoso protetor
Oro a vós por meus irmãos
Para que sua dor e tristeza
Não sejam sofrimentos vãos

domingo, 2 de outubro de 2011

À MINHA VELHA E FIEL REMINGTON


Armando Alexandre dos Santos
Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado


Quanto mais vivo, mais me persuado
Que é o produto antigo superior
Ao novo, lustrosinho, idolatrado
Por quem só ao moderno dá valor.

Prefiro este "traste escangalhado",
"Velharia de museu" e o que mais for
A ter o último tipo do mercado,
Descartável e em caixa de isopor...

Em vez de dentaduras reluzentes
Que doam ao roer o duro pão,
Prefiro conservar meus velhos dentes,

Pois ensinam a sábia Tradição,
A vida e a História, tão experientes,
Que o velho se conhece e o novo não.

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz