Acadêmica Myria Machado Botelho Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella |
O
saldo com as avaliações do ano que se despede prima pelos contrastes:tivemos
o bom e positivo, o mau e negativo. Um
legado que aponta fatos marcantes para o Brasil e o mundo.
No
mundo, os avanços tecnológicos foram notáveis e até certo ponto,
preocupantes,em vista de um marcante desvio comportamental que vem roubando de
crianças e jovens prioridades indispensáveis à formação harmoniosa e ao
necessário salto de qualidade de vida que não pode excluir os vôos do sonho, da imaginação, da
criatividade e da fertilidade espiritual. Embora não se menospreze a utilidade
e o valor destes avanços, é preciso considerar que exageros e extremos na
utilização destes benefícios podem conduzir a um outro lado danos e
irremediável. É preciso dar à tecnologia e à máquina sua função específica, sem
contudo deixar-se instrumentalizar por elas.
Cada
ser humano possui sua história pessoal e tem uma contribuição a oferecer ao bem
comum. E o amor deve ser, de fato, a força maior que une e harmoniza as
relações humanas.O homem não é fruto do acaso, sua vida não se esgota neste
mundo, e o fundamento de sua dignidade está em sua colaboração, livre e
responsável, com Deus, seu Criador. Os conflitos e as guerras pelo mundo
apontam o inverso dessa concepção que surge como obstáculo à visão cristã do
homem, sua inimizade contra o outro homem – “homo homini lúpus”.
Na Síria, a saída de Kofi Annan do
posto de mediador da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas foi um
retrocesso da esperança de paz no território árabe. O conflito entre os
rebeldes agravou-se, apontando chacinas inimagináveis, inclusive contra as
crianças, perpetradas pelo ditador Bashar Assad e seu regime.
A
comunicação instantânea e compartilhada atingiu um nível extraordinário e deveria criar e constituir um elo maior de
fraternidade entre os povos, tendo em vista
a criação de um mundo melhor e mais humano, renovado pela esperança e o
empenho mais solidário de cada um. Chacinas como a mais recente, ocorrida numa
cidade pacata dos Estados Unidos, deveriam ser pouco divulgadas, sem as
explorações espalhafatosas da Mídia
sensacionalista que estimulam mentes doentias
a práticas semelhantes.
A
humanidade atingiu, no presente, uma situação que deve levá-la a uma reflexão
profunda quanto aos rumos a tomar, no sentido de aprimorar as sociedades e conduzi-las a uma nova fraternidade.
Trata-se de uma questão da própria sobrevivência do planeta Terra.
No
Brasil, embora a violência e os acidentes alarmantes e progressivos tenham sido
um dado extremamente negativo, tivemos um alento pedagógico, que reacendeu na
sociedade a esperança de que a lei, finalmente, é para todos. O julgamento do
Mensalão, iniciado em agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), livrando-se
da alcunha de Tribunal da Impunidade, condenou por crimes contra a República
ex-ministros, ex-parlamentares, dirigentes de partidos, diretores de bancos e
funcionários graduados de empresas de publicidade.Este escândalo político,
considerado o maior da história do país, foi o fato mais relevante de 2012, que
significou para o Brasil um avanço institucional, representado pela
consolidação do estado de direito, estabelecendo o princípio de que todos são
iguais perante a lei.
Esperemos
que em 2013, este julgamento se consolide, estendendo-se àqueles , até aqui,
considerados inimputáveis, porém, sabidamente criminosos. Os problemas
endêmicos e graves que vimos enfrentando, como os da saúde, da educação e da
segurança precisam ser encarados com acerto por responsáveis competentes.
* Artigo publicado na Gazeta de Piracicaba
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