Acadêmica Myria Machado Botelho Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella |
A
ocorrência trágica deste fim de semana em Santa Maria ,
sábado,26/01, distante 300km de Porto Alegre, uma cidade universitária
povoada por jovens estudantes, levou o
país a uma comoção geral e estupefata, atestando mais uma vez uma
irresponsabilidade imperdoável. Nosso poder público, incluindo o prefeito e
autoridades ligadas à segurança, os proprietários de estabelecimentos de
diversão pública, é realmente deficitário em relação a uma cultura de segurança
e de prevenção contra acidentes previsíveis como o ocorrido. Uma casa de
diversões com uma única e estreita porta, abrigando perto de duas mil pessoas
não deveria jamais ter o alvará necessário para funcionar.E, lamentavelmente ,
em todo o país, esta situação deficitária é comum. Não há fiscalização, não há
prevenção, não há exigência quanto à programação a ser apresentada.
Revoltante,
inadmissível e doloroso constatar tanta ignorância, tanta ausência de bom
senso, tanta frieza, tanto interesse e ganância, em face do que seria
perfeitamente previsível de acontecer. Em se tratando de vidas humanas, vidas
preciosas, o que aconteceu em
Santa Maria deveria suscitar uma reação coletiva de nossas
comunidades,em favor de novos direcionamentos e decisões drásticas e urgentes no
sentido de prevenir que acontecimentos como este se repitam.De longe,
assistindo aos noticiários, foi difícil acompanhar tanta dor, respaldada sempre
pela solidariedade absoluta da população da cidade. E os depoimentos gerais de quem logrou sair foi o da absoluta
estupidez dos responsáveis pela boate. Havia barras de ferro, obstruindo a
passagem em direção à bilheteria e, rapidamente a fumaça do recinto, fechado
completamente, também impediu a visibilidade, provocando o desespero geral.
Aconteceu
e pronto. O irremediável não vai restituir tantas vidas em flor que, em busca
de uma distração, estão mortas, brutal e inexoravelmente. Uma tragédia que vai
demandar muito tempo para ser esquecida. Embora se deva ressaltar como fator
bastante positivo, esta mobilização solidária que constitui a matéria prima da
formação brasileira. Só falta agora,
unir a esta solidariedade, uma ação definida tendo em vista uma revisão na
legalização, na emissão de alvarás e nas condições de funcionamento dos
locais de diversão pública, inclusive os da pirotecnia em ambientes fechados, afim
de que tragédias como esta não se repitam.
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