Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cultura popular e culinária

Armando Alexandre dos Santos
Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
                                      
A maior parte das melhores criações de comidas, em todo o mundo, se deve a simples donas de casa, modestas, anônimas, esquecidas, empenhadas em fazer, com muito amor e dedicação, menos sacrificadas as vidas de seus maridos, de seus filhos. E, com recursos limitados, conseguiram, de geração em geração, forjar essa maravilha que é a culinária popular típica.
O que é a pizza, senão pão e queijo, a mais simples e barata das combinações alimentares da velha Itália? A esfiha, que é senão a mistura de pão e restos de carne de carneiros? E a feijoada, verdadeira maravilha feita da mais barata das leguminosas e das menos nobres partes do mais sujo dos animais domésticos?
Lembro que certa vez estava em Madri, numa Semana Santa, hospedado num hotel baratinho. Como nessa época do ano a cidade fica vazia, pois todos os turistas acorrem a Sevilha, um grande hotel de 5 estrelas fez uma promoção incrível. As diárias ficaram mais baratas do que o meu modesto hoteleco... Fui, então, passar uns dias no Five Stars... Tinham um restaurante internacional, com cozinheiros super-premiados. Fui comer um cozido à madrilenha, o prato mais típico da capital espanhola. Não tinha gosto de nada, parecia comida de hospital, sem tempero, sem cheiro, sem graça.
Na semana seguinte, estava de novo na minha modesta hospedaria e fui a um botequim ordinário, desses bem baratinhos. Atendeu-me a dona, uma espanhola baixinha, gordíssima, parecia uma barrica... Perguntei qual era o prato do dia. Ela respondeu que tinha feito cozido à madrilenha. Perguntei, um pouquinho para provocá-la, se estava bom, porque na semana anterior tinha comido um que era uma droga. A espanhola ficou meio ofendida e me respondeu em tom de desafio: “Pués, cómalo, señor, y si no le gusta no hay que pagarlo!”.
Comi o prato e nunca mais esqueci dele. Estava maravilhoso, cheiroso, saboroso, charmoso, delicioso, fabuloso etc. etc. etc. Ela serviu com uma garrafinha de vinho barato, da casa, igualmente sublime e com aquele pão típico de Madri, que lembra o pão italiano, com casca muito grossa e dura e um sabor incomparável, e bastante azeite...
Em outras partes do mundo, considera-se falta de educação limpar o prato, no fim da refeição, com pão molhado no molho ou azeite que sobrou. Na Espanha, não. Lá é até sinal de que gostou da comida. Pois foi o que fiz com aquele cozido sublime, comi-o inteiro e, no final, limpei cuidadosamente o prato com aquele pão não menos sublime.
A mulher me observava enquanto eu comia. Vendo que eu tinha feito as honras do prato, veio me dizer em tom de desafio que, se eu não tivesse gostado, não precisaria pagar e podia ir embora, mas nunca mais voltasse. Respondi a ela que estava ótima a comida e só não pagava duas vezes porque estava com meu dinheiro muito contadinho, mas que ela bem mereceria. E prometi voltar outras vezes...
Outra vez, em São Francisco da Barra, às margens do Velho Chico (o rio São Francisco), estava com um amigo num restaurantezinho muito simples, muito popular. Pedimos um prato comum do local, muqueca de surubim. Estava deliciosa, realmente era um prato inesquecível. Comentamos, meu amigo e eu, que se a rainha da Inglaterra comesse aquele prato, por certo lamberia os beiços e repetiria... No fim, elogiamos o prato ao garçom, um meninote de seus 17 anos, e dissemos a ele que o cozinheiro estava de parabéns.
– Querem conhecer o cozinheiro – perguntou-nos ele. – Claro! – respondemos. Ele se afastou e retornou, após alguns instantes, com a irmãzinha dele, menina de 14 para 15 anos. Ela é quem tinha feito aquela maravilha! Nós, evidentemente, elogiamos e incentivamos a menina, deixamos uma boa gorjeta para ela...

Isso é cultura popular, da autêntica!.

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Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz