Acadêmica Myria Machado Botelho Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella |
Eram quatro velas acesas e cada uma
tinha um nome: a primeira era a vela da
fé; a segunda, a do amor; a terceira, da
paz e a quarta da esperança. Pouco a
pouco, as três primeiras foram-se apagando, uma a uma. Restou apenas a última que continuou
acesa. Então, entrou ali uma criança
radiosa que perguntou o porquê das velas apagadas. A vela da esperança respondeu-lhe: “Eu estava
a sua espera, para que você, criança, acendesse as outras velas !...”
Com efeito, é na criança que reside
toda a esperança. Em seu olhar puro e
desarmado, em sua alegria, no seu riso
franco e confiante temos a vida que se
inicia; em suas lágrimas, em seu choro que depressa esqueceu a mágoa anterior, em seus primeiros
passos titubeantes e curiosos á procura do novo, sem temer o desconhecido; em
sua completa inocência que ignora o mal ; no seu tatibitate cheio de porquês em sua entrega aos que estão próximos, reside toda a
gênese do que deveria desabrochar,
florir e frutificar mais tarde. Se assim
o quisermos, compenetrando-nos da grande
responsabilidade de ensinar a ser bom sendo bom, de ser alegre e acolhedor no
sorriso, no cumprimento dos deveres, na boa disposição de tudo ver e fazer com
os olhos e os gestos da gratidão , da fé, da paz e do amor.
Nesta historinha simples, ouvida há
muito tempo, está contida uma profunda mensagem para o ano que se inicia. É
preciso, portanto, nos conscientizarmos do papel que está reservado a nós
adultos, nessa formação Não podemos ignorar a responsabilidade que temos. A vida é uma sucessão de bons e de maus momentos
alternando-se para ensinar a mais
difícil das artes, a arte de viver. Dom inestimável de Deus, a vida nem sempre é valorizada devidamente. A grande família humana demonstra hoje o
cansaço das velhas fórmulas. que precisam ser substituídas. O materialismo, o egoísmo, o hedonismo e o consumismo que já se tornou uma doença do século, ao ponto de
consumir o próprio corpo, transformando-o em objeto ou mercadoria, enfim
todos esses ismos, tão nocivos e devastadores, que terminam sempre nas lutas fratricidas, nas injustiças, nas
explorações, nas vinganças, nos terrorismos, nas guerras, nos genocídios e o
pior, no sacrifício de crianças
inocentes, estão a bradar um basta. Trata-se de uma realidade muito cruel para ser aceita.
Não é isto o que já deveríamos ter
aprendido com o MESTRE de todos os mestres.
Sua lições que atravessam os séculos precisam ser ouvidas para que não sejamos nós , os humanos, os responsáveis
pela destruição do mundo.
No Brasil, o índice de violência é igual
ou maior do que as guerras no número de vítimas; o quadro da corrupção e da irresponsabilidade
dos homens públicos, daqueles que deveriam zelar pelo bem comum é assustador. As crianças e os jovens carecem de exemplos e de boa formação, eles
tem fome de diretrizes saudáveis e normais, de formação, de famílias
estruturadas, de mulheres íntegras, fortes e resistentes aos apelos
desintegradores da comunicação de massa que alardeia uma felicidade fictícia e
irreal, com base no ter e no relativismo desenfreado, o de que o mal e o pecado
não existem, o de que somos os árbitros e os senhores de nossa própria vida,
sem obstruções de qualquer espécie. O
importante é ser feliz, mesmo que esta felicidade seja obtida em detrimento ou
prejuízo do outro.
A fé, o amor e a paz que constroem a fraternidade, a justiça e a
união, a plena alegria do dever cumprido
precisam nascer no coração de cada um de nós, se nos dispusermos a viver uma
espiritualidade que vai depender de nosso esforço, de nossa obstinação e de
todo nosso empenho. Felizmente , esta reação, grandemente
positiva, já se manifesta em muitos
segmentos sociais que, de forma silenciosa e perseverante, se empenham na construção desse mundo renovado e
vivificado pela esperança, aquele mundo proposto pelo próprio Deus que não se cansa de repetir uma velha e conhecida fórmula de espiritualidade: “Eu sou o Caminho, A verdade e a Vida. Sem mim nada podeis fazer.”
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