Acadêmica Myria Machado Botelho Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella |
Não me acusem de pessimismo quando, com sinceridade, proclamo que a
energia extraordinária do amor , do amor que dá sentido à vida, já não vibra
com a mesma intensidade, em razão de um crescente desencanto nos
relacionamentos.
A febre consumista criada pela
propaganda, gerou uma concepção de valores que teve grande influência nas
últimas gerações. A conquista da
felicidade estaria em possuir quanto mais, e a mulher, de maneira inconsciente
aderiu a este esquema, tornando-se , ela própria, um objeto de consumo.
Nossos meios de comunicação, muito
falhos, com raras exceções, não estimulam a boa leitura, a boa música, o lazer
saudável, enfim, as necessidades fundamentais do ser humano no terreno espiritual,
no sentido de ajuda-lo e fortalece-lo
contra o ritmo frenético e desgastante do mundo.
Quase tudo é feito na base da alienação, da estridência. Em qualquer festa familiar, nos bares e nas
balada noturnas, o diálogo é quase impossível e a comunicação é gestual, porque
o som ultrapassa os limites dos decibéis permitidos. A vodka, a cerveja e
similares , para não mencionar as drogas mais pesadas, constituem elementos
indispensáveis e naturais. Os jovens
que, desde cedo, não conheceram outras opções, consideram “caretice”, o
contrário de tudo isso. O gosto
desvirtuou-se e a qualidade é ruim.
Não vai muito longe o tempo em que se
aprendia, a mulher em especial, o comportamento social. As boas maneiras vinham do berço, por meio do
exemplo e da correção dos mais velhos ou até de professores especializados. A postura, a elegância, o modo de falar, de
andar, de dançar e de se conduzir à mesa, a arte de se escolher assuntos
apropriados e o tratamento adequado eram exigências que, hoje, deram lugar à
deseducação, ao desrespeito, à maneira relaxada. E note-se que, não somente os jovens, mas
também os “coroas” entraram na onda e apostam para ganhar.
Com tudo isso ocorreu um enorme
desgaste. Igualando-se ao homem nas
atitudes, a mulher tornou-se desinteressante, abdicou da surpresa, do mistério,
das sutilezas, do encanto da
feminilidade que a distinguia. Sua
conduta andrógina e sem qualquer recato inflacionou; é ela
quem procura , é ela quem assume e toma as iniciativas. Talvez seja esta uma
das causas do crescente homossexualismo - o desinteresse estabelecido.
Será possível uma regressão? A resposta, deixo-a para os que me
acompanharam até aqui. Gostaria de, num
tempo bem próximo, desdizer tudo, e proclamar bem alto que jovens na idade e no espírito, imbuíram-se da
convicção de que a felicidade é muito mais do que um sonho; é uma conquista feita de aperfeiçoamento e
decisão.
Deus nos dá a cada um apenas a matéria
prima. Compete-nos, através do esforço incessante, de um paciente
trabalho sobre nós mesmos, trabalhar essa matéria, polindo, lavrando,
retocando, embelezando, até que ela se torne uma obra-prima, não exterior, mas
principalmente interior. Essa obra se chama uma nobre alma, um espírito
versátil, passível de experimentar e merecer a verdadeira felicidade!
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