Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 Patrono: Fernando Ferraz de Arruda |
Para qual
lugar deste vasto mundo vão as palavras que proferimos?
Para qual
ponto do Universo?
Assim que as
dizemos, adquirem uma espécie de vida, voam mesmo sem asas e se distanciam das
bocas, das pessoas, do planeta e alcançam o espaço.
Qual pássaros
libertos, não podem mais ser contidas. Qual águas revoltas das cachoeiras, que
jorram pelos precipícios, não podem mais ser represadas. Como ondas de rádio
que partem e são sintonizadas pelo mundo, não podem ser detidas.
E as palavras
levitam, volteiam, passeiam, se dispersam e flutuam para bem longe. Pragas ou
bênçãos, construtivas ou destruidoras, são como bumerangues, e retornam a quem
as proferiu com a mesma intensidade de cura ou maldição, de benevolência ou
malignidade.
Por isso é
preciso sempre medir as palavras antes que se disseminem pelo vasto universo.
Elas constroem ou destroem, curam ou fazem adoecer, são puras e leves ou
asquerosas e pesadas. E as palavras se materializam e se tornam ações.
“No início era
o verbo (palavra) e o verbo se fez luz e se fez matéria”.
E assim sempre
será, por todos os séculos e séculos, amém...
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