Carmelina de
Toledo Piza
Era
um dia de frio.
Tinha
chovido muito naquela manhã.
O
sol não aparecera, o dia entristecia.
Não
gosto do frio, ele dói. Mas tinha que ir para a escola.
O
uniforme, o avental branco de algodão, já bem lavado, passado, engomado e
velho. Era roto.
O
vento passava entre as tramas.
E
eu sentia frio.
Apesar
das meias de lã listradas e as alpargatas, o frio penetrava nas pernas e nos
pés. E doía.
O
gorro de lã azul marinho, como a blusa eram feitos com restos de lãs de tricô.
Mas a gola da blusa e os punhos combinavam com uma das listras das meias.
Eu
sentia frio e estava ridícula.
Mas
era o que tinha para vestir.
As
mãos geladas.
Eu
sentia frio.
No
atributo da vida, eu não perdia um dia de escola.
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