Carmen M.S.F. Pilotto
A cultura vive altos e baixos nos tempos
atuais. Com a pandemia houve uma pequena motivação para atividades nos lares e
muitos passaram a ler e assistir filmes com maior frequência, contribuindo para
um pensamento um pouco mais reflexivo.
Entretanto, algo preocupante que
observamos, são as crianças que se ausentaram do universo escolar e do elemento
livro. Alimentamos as geladeiras de livros da cidade, nos causa muita tristeza
por inúmeras vezes observar o desinteresse das famílias em explorar tal
ambiente gratuito, que traz opções variadas de leituras aos pequenos e adultos
nos momentos do acolhimento nas casas.
Além disso, os sebos pela cidade oferecem
milhares de opções a preços extremamente acessíveis para um bom programa de
diversão em família.
O universo digital roubou a magia do
livro. O uso contínuo das mídias, embota a mente, destrói neurônios e limita
qualquer esperança de desenvolver os potenciais da criatividade e da abstração,
seja para o universo lúdico ou na formação de um profissional de visão
sistêmica.
Isso é o grande desafio para a plêiade de
escritores da cidade, motivar e resgatar a literatura para crianças e jovens.
Criar um sistema híbrido, misturando o real com o virtual, para que se desperte
um novo afã com foco nas palavras e da ficção.
E o analfabetismo funcional só cresce, no
lazer das periferias as letras de músicas e os diálogos empobreceram
visivelmente.
Nossos grupos têm o dever de zelar e
cultivar a língua e a literatura brasileiras, especialmente, com debates de
ideias que tragam propostas de promoção da educação, valorização da memória e
da cultura locais.
Somos seres de palavras e sonhos.... Não
podemos nos conformar em não propagar o dom que em nosso espírito habita. Vamos
expor o avesso da cruel urbanidade – o eu lúdico e infinito de nossas almas.
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