Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Colaboração do Acadêmico Carlos Morais Júnior - Cadeira no 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida


Construtor de Imagens


Acho que todo poeta sabe, bem lá no fundo, da importância da imagem para a sua poesia, da linha tênue que existe entre o material e o imaterial, unindo estes dois mundos de forma coesa e própria, como se o sonhar pudesse, repentinamente, tornar-se realidade, e a realidade, por sua vez, pudesse passar do real para o sonho, completando a mágica da metáfora e da impossibilidade, da insensatez, da fantasia e do imponderável. Mas qual a técnica de um construtor de imagens? Sem dúvida, a simplicidade de seus versos quase universais, tendendo para o coloquial, sem rebuscamentos possíveis ou palavras forçadas para dar ênfase.
Talvez mais antiga, mais universal e mais afeita ao povo, a poesia que traz sua base do grito, do primordial que existe dentro do ser humano, desenvolveu seu universo através dos séculos e aporta nos nossos dias ilesa, livre de impurezas, incólume e inteiriça, como a arte de transformar a imagem em sentimento, e o sentimento em palavras. Derivada da arte de representar, impregnada com os bafejos e as cores do teatro primitivo, de forma tão intrínseca, a arte da poesia interpretativa e que retrata o imaterial que emana da reali-dade é tão importante, hoje, como captar imagens imediatas de um vídeo ou de um filme.
E como deve ser o ritmo de um poeta moderno? Sem dúvida, ele deve ser o ritmo ágil das máquinas, dos barulhos e ruídos da modernidade, da memória e do palavreado dos passeantes que passam apressados, parecendo jamais chegar a lugar algum, deve ter o ritmo lento e alucinante das danças, das músicas, o poder belicoso da gíria, da vida que é vivida nas periferias, das melodias entoadas pelos instrumentos rancorosos de hoje: metralhadoras, escopetas e fuzis R-15; melodias que contam a história de vidas que se perderam no meio do caminho, de pessoas que foram e vieram, de pessoas que deram a vida para que o sentimento pudesse fluir e transformar-se na matéria-prima do cotidiano do poeta.
Se é verdade que a poesia é uma arte nobre, uma ponte entre o lacônico ritmo enjaulado entre as quatro paredes de uma cela de segurança máxima e o ritmo largo e cabal dos tiroteios, dos gritos desafinados de horror daquelas vítimas que clamam por justiça, procurando na religião o que esta nunca vai poder dar; afirmamos ser o ritmo do poeta alguma coisa que também se encontre nas quadras desertas de uma favela, nos corredores dos hospitais e nas lajes frias e despidas das morgues; pois aí, o poeta constrói seus versos e suas histórias parelhas, uma dependente da outra, para terminar seu mister em um bordão de arrancar gritos de histeria, que incorpora a chave de ouro desta poesia tão popular e, ao mesmo tempo, a mais erudita de todas!
Certamente, sem envergonhar-se, sem buscar meias palavras ou coisas fantasmagóricas e surpreendentes, o poeta demonstra sua capacidade como autor, como compositor e construtor de imagens, adestrando de maneira exata as várias facetas de seu mundo poético, a nos ensinar que, mesmo nos dias de hoje, cabe assunto para fantasiar e tergiversar sobre realidades tão palpitantes e de tanta sinceridade, como o amor, a violência, as coisas da cidade, o mar, as forças da natureza e o íntimo de todos nós, que deve saber tão bem desvendar e decodificar.

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Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz