Ainda há esperança
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”
(Lamentações 3:21)
Lembrei-me das palavras ditas pelo profeta Jeremias, acima transcritas, quando estava buscando um tema para este artigo. Muito triste, ele escreveu esse livro bíblico, em forma de poemas, para lamentar a desolação de Jerusalém, os sofrimentos do povo depois de atacado e cercado pelo exército babilônico e registrar a iniquidade daquela gente. Mas o profeta, também consciente da misericórdia divina, da bondade e da fidelidade de Deus, quer ter lembranças que lhe deem esperança.
Hoje estou me sentindo como Jeremias. Não quero que minha mente seja ocupada com coisas ruins, sentimentos negativos. Não estou interessado em pensar no Brasil de nossos dias, conspurcado pela corrupção, pela mentira, pela trapaça, pelo engodo. Quero, sim, trazer à minha memória, a exemplo do desejo manifestado pelo profeta, o que me pode dar esperança.
E o que me pode dar esperanças? No dia sete de setembro, resolvi, depois de muitos anos ausente, assistir de corpo presente, em plena Rua Governador, o desfile realizado aqui em Piracicaba. Foi uma volta ao passado, pois me lembrei de tempos idos, quando participei de passeatas vestindo o uniforme do Colégio Piracicabano, do Instituto de Educação Sud Mennucci e do garboso Tiro de Guerra. Vibrei com as fanfarras, que me fizeram recordar da excelente banda da então Escola Industrial e tantas outras. E ali fiquei, cerca de mais de duas horas, em pé, sob o sol, apreciando a passagem de tropas militares, escolas de diversos níveis, ONGs, instituições 70 Revista da Academia Piracicabana de Letras
sociais, igrejas, sindicatos, grupo de escoteiros e lobinhos, com seus uniformes, suas cores, seus símbolos, suas evoluções e suas mensagens, ao som alegre de bandas e fanfarras. Eram crianças, jovens, mulheres e homens, mestres e instrutores, gente de todos os níveis sociais, que tinham algo em comum: garbo, alegria, esperança. Muitos eram voluntários. Algo emocionante.
Renovei minha esperança em nosso país. E ela foi crescendo à medida que eu lia as mensagens expostas pelas escolas. Apontavam problemas como a desigualdade, a injustiça, a fome, o analfabetis-mo, a miséria, as doenças, a corrupção, a agressão ao meio ambiente, mas também indicavam caminhos. Lembravam sentimentos nobres como a solidariedade, o amor, a justiça, a paz, a tolerância, a amiza¬de, o respeito ao direito de todos. Virtudes foram exaltadas. O não às drogas e vícios, o alerta para as consequências da devastação da natureza, com apelos para preservarmos as árvores e os mananciais, conservarmos limpos os rios, fazermos bom uso da água, reciclarmos o lixo, cultivarmos plantas e hortaliças, cuidarmos dos animais, sobretudo aqueles em extinção, sem esquecermos da correta admi¬nistração de bens públicos e da honesta aplicação da justiça.
Ainda há esperança. A educação pode fazer a diferença. E a escola já está buscando fazer a sua parte. As crianças estão sendo preparadas para serem construtoras de um novo mundo, um mundo melhor, em que os valores positivos tenham o seu lugar. É preciso que o governo também acredite nisso e canalize para a educação recursos que estão sendo malbaratados ou escandalosamente desviados dos cofres públicos para dutos que os levam para uso reprováveis e escusos. É preciso que o cidadão, a família e a sociedade creiam que a educação é capaz de fazer mudanças, mesmo que leve duas ou mais gerações.
Ainda há esperança. Creiam nisso.
Hoje estou me sentindo como Jeremias. Não quero que minha mente seja ocupada com coisas ruins, sentimentos negativos. Não estou interessado em pensar no Brasil de nossos dias, conspurcado pela corrupção, pela mentira, pela trapaça, pelo engodo. Quero, sim, trazer à minha memória, a exemplo do desejo manifestado pelo profeta, o que me pode dar esperança.
E o que me pode dar esperanças? No dia sete de setembro, resolvi, depois de muitos anos ausente, assistir de corpo presente, em plena Rua Governador, o desfile realizado aqui em Piracicaba. Foi uma volta ao passado, pois me lembrei de tempos idos, quando participei de passeatas vestindo o uniforme do Colégio Piracicabano, do Instituto de Educação Sud Mennucci e do garboso Tiro de Guerra. Vibrei com as fanfarras, que me fizeram recordar da excelente banda da então Escola Industrial e tantas outras. E ali fiquei, cerca de mais de duas horas, em pé, sob o sol, apreciando a passagem de tropas militares, escolas de diversos níveis, ONGs, instituições 70 Revista da Academia Piracicabana de Letras
sociais, igrejas, sindicatos, grupo de escoteiros e lobinhos, com seus uniformes, suas cores, seus símbolos, suas evoluções e suas mensagens, ao som alegre de bandas e fanfarras. Eram crianças, jovens, mulheres e homens, mestres e instrutores, gente de todos os níveis sociais, que tinham algo em comum: garbo, alegria, esperança. Muitos eram voluntários. Algo emocionante.
Renovei minha esperança em nosso país. E ela foi crescendo à medida que eu lia as mensagens expostas pelas escolas. Apontavam problemas como a desigualdade, a injustiça, a fome, o analfabetis-mo, a miséria, as doenças, a corrupção, a agressão ao meio ambiente, mas também indicavam caminhos. Lembravam sentimentos nobres como a solidariedade, o amor, a justiça, a paz, a tolerância, a amiza¬de, o respeito ao direito de todos. Virtudes foram exaltadas. O não às drogas e vícios, o alerta para as consequências da devastação da natureza, com apelos para preservarmos as árvores e os mananciais, conservarmos limpos os rios, fazermos bom uso da água, reciclarmos o lixo, cultivarmos plantas e hortaliças, cuidarmos dos animais, sobretudo aqueles em extinção, sem esquecermos da correta admi¬nistração de bens públicos e da honesta aplicação da justiça.
Ainda há esperança. A educação pode fazer a diferença. E a escola já está buscando fazer a sua parte. As crianças estão sendo preparadas para serem construtoras de um novo mundo, um mundo melhor, em que os valores positivos tenham o seu lugar. É preciso que o governo também acredite nisso e canalize para a educação recursos que estão sendo malbaratados ou escandalosamente desviados dos cofres públicos para dutos que os levam para uso reprováveis e escusos. É preciso que o cidadão, a família e a sociedade creiam que a educação é capaz de fazer mudanças, mesmo que leve duas ou mais gerações.
Ainda há esperança. Creiam nisso.
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