(foto gentilmente cedida por Chico França)
Colaboração do Acadêmico Waldemar Romano
Cadeira n° 11 - Patrono: Benedicto de Andrade
Cadeira n° 11 - Patrono: Benedicto de Andrade
Benedicto de Andrade
No interior paulista, região essencialmente cafeicultora, símbolo da agricultura escravagista, cidade de São José do Rio Pardo, em 10 de setembro de 1913, nasceu Benedicto de Andrade, filho de Cassiano Nogueira dos Santos e D. Elisa Benedita de Andrade. Posteriormente, filho adotivo e único do Cel. Luiz Thomaz de Andrade e de D. Luiza Maria Ribeiro de Andrade.
Desde os primeiros anos de vida, demonstrou alto pendor para os estudos, destacando-se ao cursar e diplomar-se no Grupo Escolar “Dr. Candido Rodrigues”.
Sempre com indomável vontade de vencer e de ser útil à Pátria, matriculou-se e concluiu o Curso Complementar no Colégio São José, iniciando simultaneamente suas atividades jornalísticas na Gazeta do Rio Pardo.
Em sociedade com José Navarro, fundou o seminário “Zas-traz” e colaborou na “Resenha”, periódico rio pardense.
No Ginásio do Estado “Culto à Ciência”, de Campinas, obteve com todos os méritos, o certificado do curso secundário.
Aos dezenove anos, prestou concurso na Delegacia de Ensino de Casa Branca, visando exercer o magistério particular e fundou o Instituto São Paulo, para ensinamentos de repetição de matéria e admissão ao ginásio.
Voltando a Campinas, cursou o pré-jurídico no Colégio “Cesário Motta”, sendo que, para manter-se, trabalhou como revisor e redator no “Correio Popular”.
Por dificuldades pessoais, retornou a São José do Rio Pardo e com o Prof. Célio Figueiredo Ferraz fundou a Escola de Comércio “Pedro II”.
Em 1942, passou a ministrar francês no Ginásio Estadual “Euclides da Cunha”, tendo também ministrado o espanhol. Já dominava com muita facilidade o português, o francês e o espanhol,
tendo conhecimento dos idiomas inglês, grego e russo.
Por concurso público, em 1949 efetivou-se na cátedra de Português no Colégio Estadual e Escola Normal de Lins, tendo sido também professor no Colégio Americano.
Por concurso de remoção, transferiu-se para o Instituto de Educação “Sud Mennucci”, em Piracicaba. Nossa sociedade, em todos os níveis, foi altamente privilegiada com seu entusiasmo, sua oratória, sua vasta cultura e com a facilidade imensa de cativar os alunos, familiares e amigos.
Com o mesmo sucesso dos anteriores, em 1955 prestou con¬curso para a Cadeira de espanhol realizado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, tendo se preparado no Uruguai e na Argentina onde esteve por conta própria; entretanto, desistiu de sua escolha.
Admirador, adepto e praticante do teatro, sempre que possível o exercia com extrema naturalidade.
Em São José do Rio Pardo, foi um dos fundadores da Rádio Difusora; por algumas semanas, foi locutor da Rádio Tupi do Rio de Janeiro; entretanto, como filho único, não evitou a necessida¬de de voltar à terra de Euclides da Cunha, por motivos familiares. Teve oportunidade de ser o redator do jornal “ O Dia” em São Paulo e orador oficial da União Negra Brasileira, a maior agremiação do gênero no Estado.
Em Piracicaba, além do Sud Mennucci, lecionou por três anos, na Escola de Comércio “Cristovão Colombo”; no plano político, foi candidato a Deputado Federal em 1958, tendo sido suplente. Foi vereador à Câmara Municipal de Piracicaba, de 1969 a 1972, tendo sido vice-presidente, cuja atuação foi merecedora de todos os elogios, pois os verdadeiros problemas e as mais complexas questões públicas constituíam sua constante preocupação. Incentivador da criação do Banco de Olhos, foi autor de expressivos pareceres nas comissões técnicas legislativas.
Do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1962, recebeu a Medalha comemorativa “Imperatriz Leopoldina” e respectivo diploma.
Como professor, estimulou e orientou seus alunos a participarem de concursos e comemorações, muito especialmente na Maratona Euclidiana realizada anualmente em São José do Rio Pardo.
Foi casado com a Sra. Elmalia Silva de Andrade, pai de quatro filhos: Luiza Maria, Neuza Maria, Alita Maria e Benedito de Andrade Junior.
Faleceu em 1976, tendo sido sepultado em São José do Rio Pardo.
Com autorização do autor, Antonio Messias Galdino, expres¬siva porcentagem das informações históricas do texto foram obtidas em artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, Ano III, nº 3, 1994, páginas 41 e 44.
Dr. Antonio Messias Galdino, cinqüentenário amigo, colega de bancos ginasiais, teve, em meu entendimento, roteiro de vida semelhante ao Prof. Benedicto de Andrade, embora não tenha sido nômade como este; de origem humilde, com dedicação e dignidade, também foi revisor e redator de jornal, professor, político e advogado. Na política, por ocasião da morte do Prof. Benedicto de Andrade em 1976, ocupava Galdino o honroso cargo de Presidente da Câmara Municipal de Piracicaba.
Obriguei-me a honra de pleitear ao amigo Antonio Messias Galdino, de forma resumida, sua impressão sobre o notável Prof. Benedicto de Andrade. “Memórias de um grande Mestre”; há trinta e quatro anos falecia o Prof. Benedicto de Andrade, antigo mestre de Português do Instituto de Educação “Sud Mennucci”. Tivemos a feliz ventura de ter sido seu aluno por alguns anos. Foi um período da minha juventude de que jamais esquecerei. Não apenas lições especificas de Português, que transmitia com a facilidade de um gênio, mas pelas lições de vida que procurava incutir no espírito dos seus alunos. Por duas oportunidades, tive a sorte de representar o “Sud Mennucci” na Maratona Intelectual Euclidiana, que anualmente se realizava e ainda se realiza na cidade de São José do Rio Pardo. Nesses conclaves onde compareciam estudantes de várias cidades do interior, tomamos conhecimento da vida e obra do grande escritor Euclides da Cunha, um dos primeiros a desvendar o Brasil em toda sua realidade. O Prof. Benedicto marcou a nossa geração e conseguiu fazer-nos tomar gosto pela literatura. “Portanto, nestas poucas linhas, registro mais uma vez a minha admiração e saudade.”
Desde os primeiros anos de vida, demonstrou alto pendor para os estudos, destacando-se ao cursar e diplomar-se no Grupo Escolar “Dr. Candido Rodrigues”.
Sempre com indomável vontade de vencer e de ser útil à Pátria, matriculou-se e concluiu o Curso Complementar no Colégio São José, iniciando simultaneamente suas atividades jornalísticas na Gazeta do Rio Pardo.
Em sociedade com José Navarro, fundou o seminário “Zas-traz” e colaborou na “Resenha”, periódico rio pardense.
No Ginásio do Estado “Culto à Ciência”, de Campinas, obteve com todos os méritos, o certificado do curso secundário.
Aos dezenove anos, prestou concurso na Delegacia de Ensino de Casa Branca, visando exercer o magistério particular e fundou o Instituto São Paulo, para ensinamentos de repetição de matéria e admissão ao ginásio.
Voltando a Campinas, cursou o pré-jurídico no Colégio “Cesário Motta”, sendo que, para manter-se, trabalhou como revisor e redator no “Correio Popular”.
Por dificuldades pessoais, retornou a São José do Rio Pardo e com o Prof. Célio Figueiredo Ferraz fundou a Escola de Comércio “Pedro II”.
Em 1942, passou a ministrar francês no Ginásio Estadual “Euclides da Cunha”, tendo também ministrado o espanhol. Já dominava com muita facilidade o português, o francês e o espanhol,
tendo conhecimento dos idiomas inglês, grego e russo.
Por concurso público, em 1949 efetivou-se na cátedra de Português no Colégio Estadual e Escola Normal de Lins, tendo sido também professor no Colégio Americano.
Por concurso de remoção, transferiu-se para o Instituto de Educação “Sud Mennucci”, em Piracicaba. Nossa sociedade, em todos os níveis, foi altamente privilegiada com seu entusiasmo, sua oratória, sua vasta cultura e com a facilidade imensa de cativar os alunos, familiares e amigos.
Com o mesmo sucesso dos anteriores, em 1955 prestou con¬curso para a Cadeira de espanhol realizado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, tendo se preparado no Uruguai e na Argentina onde esteve por conta própria; entretanto, desistiu de sua escolha.
Admirador, adepto e praticante do teatro, sempre que possível o exercia com extrema naturalidade.
Em São José do Rio Pardo, foi um dos fundadores da Rádio Difusora; por algumas semanas, foi locutor da Rádio Tupi do Rio de Janeiro; entretanto, como filho único, não evitou a necessida¬de de voltar à terra de Euclides da Cunha, por motivos familiares. Teve oportunidade de ser o redator do jornal “ O Dia” em São Paulo e orador oficial da União Negra Brasileira, a maior agremiação do gênero no Estado.
Em Piracicaba, além do Sud Mennucci, lecionou por três anos, na Escola de Comércio “Cristovão Colombo”; no plano político, foi candidato a Deputado Federal em 1958, tendo sido suplente. Foi vereador à Câmara Municipal de Piracicaba, de 1969 a 1972, tendo sido vice-presidente, cuja atuação foi merecedora de todos os elogios, pois os verdadeiros problemas e as mais complexas questões públicas constituíam sua constante preocupação. Incentivador da criação do Banco de Olhos, foi autor de expressivos pareceres nas comissões técnicas legislativas.
Do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1962, recebeu a Medalha comemorativa “Imperatriz Leopoldina” e respectivo diploma.
Como professor, estimulou e orientou seus alunos a participarem de concursos e comemorações, muito especialmente na Maratona Euclidiana realizada anualmente em São José do Rio Pardo.
Foi casado com a Sra. Elmalia Silva de Andrade, pai de quatro filhos: Luiza Maria, Neuza Maria, Alita Maria e Benedito de Andrade Junior.
Faleceu em 1976, tendo sido sepultado em São José do Rio Pardo.
Com autorização do autor, Antonio Messias Galdino, expres¬siva porcentagem das informações históricas do texto foram obtidas em artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, Ano III, nº 3, 1994, páginas 41 e 44.
Dr. Antonio Messias Galdino, cinqüentenário amigo, colega de bancos ginasiais, teve, em meu entendimento, roteiro de vida semelhante ao Prof. Benedicto de Andrade, embora não tenha sido nômade como este; de origem humilde, com dedicação e dignidade, também foi revisor e redator de jornal, professor, político e advogado. Na política, por ocasião da morte do Prof. Benedicto de Andrade em 1976, ocupava Galdino o honroso cargo de Presidente da Câmara Municipal de Piracicaba.
Obriguei-me a honra de pleitear ao amigo Antonio Messias Galdino, de forma resumida, sua impressão sobre o notável Prof. Benedicto de Andrade. “Memórias de um grande Mestre”; há trinta e quatro anos falecia o Prof. Benedicto de Andrade, antigo mestre de Português do Instituto de Educação “Sud Mennucci”. Tivemos a feliz ventura de ter sido seu aluno por alguns anos. Foi um período da minha juventude de que jamais esquecerei. Não apenas lições especificas de Português, que transmitia com a facilidade de um gênio, mas pelas lições de vida que procurava incutir no espírito dos seus alunos. Por duas oportunidades, tive a sorte de representar o “Sud Mennucci” na Maratona Intelectual Euclidiana, que anualmente se realizava e ainda se realiza na cidade de São José do Rio Pardo. Nesses conclaves onde compareciam estudantes de várias cidades do interior, tomamos conhecimento da vida e obra do grande escritor Euclides da Cunha, um dos primeiros a desvendar o Brasil em toda sua realidade. O Prof. Benedicto marcou a nossa geração e conseguiu fazer-nos tomar gosto pela literatura. “Portanto, nestas poucas linhas, registro mais uma vez a minha admiração e saudade.”
3 comentários:
💛 Muito grata. Professor Benedito de Andrade merece e precisa ser lembrado muito mais.
�� Muito grata. Professor Benedito de Andrade merece e precisa ser lembrado muito mais.
Meu avô!Quanto orgulho !
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