Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Literatura Infantil - Ivana Maria França de Negri - Cadeira no 33

Patrono: Fernando Ferraz de Arruda

Foi-se o tempo das histórias da carochinha e dos contos de fadas que começavam com “Era uma vez” e invariavelmente terminavam com o célebre “... e foram felizes para sempre!”.
Os conceitos de literatura infantil mudaram bastante nas últimas décadas. Só tenho minhas dúvidas se as mudanças foram para melhor. O que mudou foi a apresentação, ilustrações magníficas e coloridas, imagens computadorizadas que chamam a atenção. Mas isso não deve ser levado em conta na hora de adotar um livro e sim seu conteúdo, as mensagens que traz e como desperta a criatividade na criança.
Estimular o hábito da leitura, desde tenra idade, é fundamental para formar adultos capacitados para discernir e terem sua própria opinião.
Fiz uma leitura crítica de dezenas de livros didáticos infantis adotados por escolas e fiquei espantada com o conteúdo deles. Salvos raras exceções, mesmo com ilustrações belíssimas, a maioria não traz mensagem alguma, reúne um monte de baboseiras e futilidades que nada acrescentam ao intelecto em formação das crianças. Fiquei pensando em como seria feita a seleção, quem faz as escolhas, e quais os critérios para aprovação dos livros didáticos.
Vou comentar o enredo de alguns para exemplificar. Um deles, tragicômico, narra a saga de um avô que comeu demais e, do começo ao fim, gira em torno da sua ida ao banheiro. Uma bobagem só. Noutro, a avó é chamada de velha coroca, e seu neto é um menino que desobedece a mãe e por isso mesmo se dá bem, um incentivo ao desrespeito à autoridade dos pais. O avô, ao invés de ser um sábio que passa aos netos suas experiências de vida, é um abobalhado, e a avó, em vez de ser como era a Dona Benta do Sítio do Pica-Pau Amarelo, aquela que conta histórias, faz bolos, e dá muito amor aos netinhos, é uma pessoa doentia e ausente.
Outros me deixaram pasma frente ao seu conteúdo que incita à violência, a desobediência às normas, sem falar nos que contém forte apelo sexual que não deve ser despertado antes da hora. As crianças nessa faixa etária gostam de aventuras, amizade, natureza, animais, e só mais tarde é que começam a despertar para a sexualidade. Num deles a Chapeuzinho Vermelho usa meias de seda e salto alto para seduzir o lobo, algo completamente dispensável para crianças pequenas.
Outros ainda, trazem noções de perversidade, de como ser arruaceiro e baderneiro, e o conceito de família, a base sólida que deveria ser incentivada, é ridicularizado.
Uma das obras falava sobre um sequestro, numa trama aterradora. O mundo já apresenta violência demais, não é preciso povoar o imaginário infantil com mais violência. Crianças têm o direito de sonhar coisas bonitas e fantasiar à vontade.
Em outro desses livrinhos, todos adotados por escolas, e editados por editoras famosas, o protagonista corre feito louco numa moto (mau exemplo), causa tumulto depredando ônibus e virando carros. Literatura infantil não precisa retratar essa realidade cruel das ruas, pois só vai reforçar comportamentos negativos.
E, para culminar, um livro de poesias para crianças, já adotado nas salas de aulas de alunos na faixa entre oito e nove anos, foi vetado por conter frases como “nunca ame ninguém, estupre”, e outra, “seja efeminado, isso funciona com estilistas”. Será que ninguém viu antes? Nenhum professor leu antes? Precisou que os pais de alguns alunos, indignados, denunciassem para que tomassem providências.
Tudo isso é muito preocupante. O assunto é sério e precisa de atenção das autoridades competentes, afinal, são crianças em fase de formação que necessitam ser melhor orientadas para a vida. Escolas devem adotar livros cujos conteúdos reforcem valores morais e éticos, falem de ecologia, preguem o valor do núcleo familiar, transformando as crianças e adolescentes em adultos melhores para melhorarem o mundo.

3 comentários:

Academia Piracicabanade Letras disse...

Excelente artigo, Ivana. Parabéns. O problema que você denuncia é real, o mundo maravilhoso das antigas histórias infantis foi completamente desvirtuado, transformou-se numa casa de horrores...
Armando.

Ivana Negri disse...

Obrigada, Armando, também achei muito interessante sua abordagem em "À procura de Tructesindo" . Vale a pena ler na íntegra.

abrs
Ivana Negri

Carmela disse...

Excelente artigo, Ivana. Mas não acredito que apenas comentar essas baboseiras escritas e impostas para crianças em idade escolar sejam suficientes. Sugiro que a Academia Piracicabana de Letras faça um trabalho de resgate dos bons autores piracicabanos de literatura infantil. Que tal resgatarem junto as escolas obras de Tales de Andrade, Leo Vaz, Miguel M. Abrahão prá começar?

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz