Ivana Maria França de Negri Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda |
Viajar a bordo de um trem, da Inglaterra até a Escócia, é uma experiência única e fascinante.
Nos vales pastam fofos carneiros, que no inverno confundem-se com a pastagem esbranquiçada pela geada, entre rios e lagos congelados. As paisagens são de tirar o fôlego.
Edimburgo, a capital, é de uma beleza indescritível, cercada por castelos medievais, construídos sobre as montanhas, por isso a denominação Highlands, terras altas. Caminhar por suas ruas de pedra, é como se estivéssemos gravando cenas do filme “Coração Valente”, rodado naquelas charmosas paragens. Reportamo-nos à época das cruzadas e dos cavaleiros.
Por mais que se tente, é impossível não entrar no clima de magia e mistério. Quem não acredita em contos de fadas, visitando Edimburgo e seus inúmeros castelos no alto das colinas, certamente vai começar a crer.
Nos museus, fragmentos de histórias de reis, rainhas, condes, lordes, que viveram suas sagas naqueles pomposos solares e castelos. Tantos dramas, romances, traições, batalhas campais e festas, e aquelas paredes cobertas de musgos, são testemunhas mudas desses acontecimentos. Turistas são praticamente arrebatados para eras remotas.
Em cada esquina, um escocês vestindo a tradicional saia kilt, extrai sons melodiosos e suaves de uma gaita de fole.
O chão rústico é formado de pedras arredondadas e lisas, polidas pelo caminhar ininterrupto dos habitantes em centenas de anos.
Castelos rodeados de canhões e ruínas atestam a veracidade de muitas batalhas. Casas, tavernas, mausoléus, abadias, imagina-se que a qualquer momento personagens de contos de fadas irão surgir dos escuros e estreitos becos. Não é à toa que a escritora J.K. Rowling, autora da famosa série Harry Poter, teve tantas inspirações, morando na Escócia.
Um vento frio e cortante faz a temperatura parecer mais baixa ainda. Às três da tarde já começa a escurecer e às 4 horas já é noite fechada. O alvorecer também demora. O sol é bem preguiçoso no inverno escocês. Quase nunca dá as caras e as tardes são cinzentas e frias. Acostumados que estamos com nosso verão escaldante e colorido, a mudança de clima, para quem viaja no final do ano, é radical.
A arquitetura é harmônica e não existe trânsito caótico como aqui.
Muralhas, monumentos preservados, igrejas, como a catedral de St. Gilles, ruas limpas, canteiros bem cuidados, a parte nova e a antiga convivem em perfeita harmonia.
Histórias não faltam para povoar o imaginário dos visitantes. Reza a lenda que no lago Ness existe um ser remanescente da pré-história, o Monstro de Loch Ness, mistura de tartaruga e serpente com pescoço alongado. Muita gente jura que viu...
Constam das lendas que doze castelos escoceses são mal assombrados. Reis assassinados, rainhas decapitadas, generais montados em seus cavalos, praticantes de magia negra, mulheres rejeitadas, gaiteiros de fole, crianças perdidas, conspiradores, executores, todos se transformaram em fantasmas que vira e mexe vêm assombrar os corredores dos castelos procurando reaver suas vidas.
Lendas à parte, vale a pena conhecer esse lugar cheio de encanto e magia.
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