Carlos Morais Júnior Cadeira n° 18 - Patrona: Madalena Salatti de Almeida |
Todo mundo esquece também que a arte é por si só. Não tem cor, nem forma fixa e nem nacionalidade. Ela existe, se manifesta, se impõe e transmite calada uma mensagem que procura diretamente aquele que a recebe. É o sentimento que passa de uma pessoa para outra, sem que seja preciso regras para isso. Passar sentimento é somente isso. Quem consegue tudo bem, quem não consegue, jamais vai aprender como se faz.
Quem passa o sentimento faz isso por necessidade, por desespero, angustia, porque tem que tirar aquela coisa que arrebenta que nem um foguetório dentro do peito, mas é preciso, pois, saber decodificar essa mensagem para entender o que é que o artista tenta transmitir, e reinterpretar isso para o seu universo. E ao invés de haver essa interpretação, o mais corrente por aí é o que dizem sempre: “estão bagunçando com a arte de escrever poesia”. Essa juventude comete um pecado mortal profanando o tradicionalismo artístico? Por quê? Porque não faz poesia rimada que tem quatorze versos? E daí? Depois da Semana de Arte Moderna de 1922 o modernismo se instalou e depois disso, várias outras formas de transmitir o sentimento, pois o século é outro e quem viveu aquele movimento de 1922 deve estar com mais de oitenta anos!
Tenha paciência! No ano que vem o Modernismo, nos moldes em que foi concebido, completa 90 anos! O modernismo como nós, os mais velhos conhecemos, já era, já se tornou bisavô. E não adianta ficar martelando na mesma tecla! Não se pode fazer arte hoje nos moldes do passado e ponto final!. Se existe uma evolução em todos os setores da cultura, porque também não deve existir uma evolução na arte poética? E é de suma importância que haja essa evolução. Então, dada essa importância, por que taxar de inaproveitável, de ininteligível, de abusiva a arte de nossa juventude? Por que rejeitar e não aceitar algo tão belo e tão puro como isso que temos visto em forma de poesia nos últimos vinte anos?
E, comumente, não se aceita o novo porque ele põe por terra a mesmice, o marasmo que imperou até agora e admitir isso não é dizer que o tradicional. perdeu o seu valor. Aos conservadores, que acham a nova poesia imoral, esdrúxula, inaceitável, com o tempo, vão ter que engolir tudo o que disseram de qualquer jeito. Então, meus amigos. “Que la nave vá”.
Um comentário:
Olá Ivana, que tudo permaneça bem com você!
Bela e interessante postagem. Gostei deste comentário do poeta Carlos Moraes Junior, está acontecendo bem isto mesmo. Alguns que não conseguem se desatrelar dos antigos moldes de fazer poesia e teimam em não aceitar o jeito moderno de se poetizar nos tempos atuais e isto somente demonstra o quão tristes vivem estes poetas diante das enormes mudanças ocorridas.
Grato por compartilhar belos textos e muito boas informações com os amigos, obrigado pela amizade e visitas por lá, um intenso e feliz 2012, abraços e até mais!
Postar um comentário