Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira no3 - Patrono: Luiz de Queiroz |
O mundo caminharia com mais leveza e
naturalidade se houvesse a retribuição dos bons gestos recebidos e, a amizade
mais presente e fortalecida caso o retorno se concretizasse daquele que recebeu
tal atenção, um convite, sobretudo o inesperado, que alegra, trazendo com a
surpresa, uma “curtição” diferente, na satisfação que o agradecimento traz. O
poder do retorno agradecido é algo tão benéfico que poderá erguer os
desconsolados, até alguém caído na depressão, mostrando-lhe o mundo com outros
olhos. O calor humano exerce um milagre em si, que dá forças e vontade de
romper os obstáculos que aprisionam, levantando pessoas, tirando-os da tristeza
para a alegria, do pranto para o sorriso, da inércia à ação fazendo-os acreditar
novamente na vida.
A reciprocidade amplia o campo dos
relacionamentos com a emoção das palavras cordiais, novos assuntos e conversas,
imprescindíveis quando se trata de ampliar contatos e conhecimentos, trazendo
novos motivos e sintomas de amabilidades, destruindo a indiferença do “para
mim, tanto faz como tanto fez”, fraqueza de enfrentar as dificuldades diárias
na convivência necessária entre os mortais.
É preciso, porém, nunca descuidar da
luta de todos os dias, em todos os sentidos! É vital lutar constantemente
“chutando o mau humor, o pavio curto e a grosseria”, e inventar argumentos para
não deixar o interesse pelo próximo esmorecer, nem destruir seus sonhos e
ideais, lembrando que, na lei da física, “toda ação traz uma reação inversa e
proporcional”, daí, o valor da reciprocidade positiva, com um “obrigado”, uma
saudação, uma flor, uma gentileza, um simples e gostoso cafezinho, sem sofisticação,
naquela “simplicidade” de proporcionar momentos de contentamento e felicidade, tendo
o cuidado em jamais fazer o mal, que também trará seu retorno conforme
oferecido. Tudo muito simples: se receber retribuir, e, se não receber ir atrás,
inventar, convidar, promover, insistir e “fazer por acontecer”! Não deixar sem resposta um ato carinhoso é um
grande testemunho de nobreza de alma, sobretudo aos retraídos e tímidos, os
mais necessitados de se sentirem aceitos sabendo que alguém se interessa por
eles. Atitudes tão oportunas e benéficas que podem lhes devolver a fé em Deus e
a esperança na Humanidade em quem estiver sem forças para continuar.
A reciprocidade entre as pessoas,
que trará um retorno salutar enfim, se bem sentida é um recurso de elevação e
aprimoramento emocional e espiritual, uma vez que o tempo não perdoa os maus de
coração, os omissos e desinteressados que não sabem entender, proporcionar, retribuir,
conviver, se dedicar, ou que ignoram as boas ações de seus semelhantes. O estímulo
para novas boas ações além de salutar é vital mesmo porque, a vida é muito
curta, e para isso é preciso estar sempre atento (“vigiai e orai”...). O tempo
passa num relance, e vale a pena sim, cultivar sentimentos e amizades,
conquistar, retornar gestos carinhosos, agradecer e também “saber receber”,
pois, mais tarde (quase daqui a pouco...), na “hora de sentir na pele a
necessidade de uma atenção, nos momentos de solidão e saudade” haverá que se
ponderar: “O que foi feito anteriormente em relação a isso”?
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