Acadêmica Myria Machado Botelho Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella |
Neste ano que
se inicia castigando-nos com escaldante calor, meu propósito era o de escrever
amenidades.
Estamos
saturados de noticiários negativos,crimes hediondos e conseqüentes, estampando
um cotidiano regado a sangue e desastres, enquanto a corrupção descarada lá de cima,
aponta com clareza os motivos de nosso atraso e de tanta violência.
Vivemos sob o
signo da insegurança e do medo. Não é possível dormir “em berço esplêndido”,
ignorar ou deixar de indignar-se com uma situação que já beira o caos, cujo fulcro principal está no(des)
governo cínico e desarrazoado que, há
mais de uma década tomou de assalto nosso país. E caminha a passos largos para
instituir aqui uma forma oportunista de governar pilhando o Estado, em nome de
uma ideologia em que os meios justificam os fins. Pouco ou quase nada recebemos
de retorno com os tributos escorchantes que pagamos como ovelhinhas a caminho
do matadouro, enganados e tripudiados com ações de “bolsa –família”, “Minha
casa, Minha vida”, “Mais Médicos”, programas remendões, eleitoreiros e
marqueteiros, que não resolvem problemas mais profundos e necessários,
enquanto governantes canalhas se locupletam, numa vida de gastos ostensivos,
banqueteando-se com cardápios milionários
As
calamidades se sobrepõem e avultam. apontando estados pobres e miseráveis, sem qualquer
infra-estrutura, morrendo vitimados pelas catástrofes endêmicas, ou pelos
corredores de pronto-socorros e hospitais, carentes de medicamentos, de leitos
e de cuidados básicos,isto sem falar nas escolas e na educação deficitária, com
índices estratosféricos de analfabetismo. Um povo analfabeto e desinformado é a
massa de manobra ideal para governos totalitários.
Em 2013, nossas
deficiências vieram à tona. O tumor foi lancetado com a condenação dos
mensaleiros após oito anos, evidenciando nesta demora a urgência de uma reforma
judiciária.A sociedade que, em junho acordou com protestos gerais, de norte a
sul, infelizmente, recolheu -se com a
fúria fascista e obscura dos black
blocs, que ainda não sabemos por quem foram ou estão sendo instigados.
Abrimos 2014
com os horrores do Maranhão e de Pedrinhas,revelando as condições infernais de
nossas penitenciárias, verdadeiros covis do desespero e da morte, enquanto dona
Dilma e o “ex” se fecham em copas, impedindo uma intervenção no Estado
governado pelos Sarney há 50 anos, aliados intocáveis nas próximas eleições.
Também em janeiro nossa comandante anuncia em
Cuba mais um financiamento do Brasil, via BNDES, para o Porto de Mariel , em
sua primeira etapa, que ela , com orgulho inaugurou ao lado de Raul Castro. Dos
US$957 milhões orçados para a construção,US$802 milhões saíram daqui, dos contribuintes brasileiros.
Sem comentários, pois os atos falam por
si mesmos.
As palavras são duras, e como seria
maravilhoso poder dizer o contrário e apegar-se a um fio de esperança para
encorajar uma geração desencantada de jovens
que ,em desabafos desesperados estão a dizer que o caminho agora, após
adquirirem os meios necessários é o dos
aeroportos, via outras terras e outros mares, onde possam viver e trabalhar com
segurança,decência e dignidade.
A pesar de
tudo, não podemos desanimar; os meios sociais já reagem e o sofrimento, a constatação
de que assim não podemos continuar, talvez nos ensinem o caminho certo das
transformações com a fé e a esperança necessários no momento em que as
tempestades nos parecem tão sombrias.
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