Poesias dos poetas do Centro Literário de Piracicaba - CLIP- e aquarelas de Denise Storer expostos no Centro Cultural Martha Watts
Colégio Nossa
Senhora da Assunção
(há décadas distantes...)
Lourdinha Piedade Sodero Martins
Oh! Colégio altaneiro, Nossa Sra. da Assunção!
Monumento à prova rara da Cultura e Educação,
a orientar tantas vidas na formação singular,
no verdadeiro preparo da arte de ser mulher!
Adolescência encantada no régio educandário
deixou registros marcantes em curiosas cinderelas!
Muitos os sonhos vividos, planos para o futuro
nobres ensinamentos semeados com maestria,
(por irmãs de São José) no coração das donzelas!
A capela como marco, silenciosa, tão divina,
magnífico interior, pleno em arte e devoção.
Orações clássicas, missas, puras bênçãos celestiais
compunham o pleno viver no distante cotidiano,
saudoso outrora “que os anos não trazem mais”!
A cúpula da capela de lindíssima arquitetura,
abóboda majestosa, insigne referência
a moldurar a pracinha bem à frente,
disputada e conhecida como “o jardim dos namorados”
Naquele recanto, em cálidas noites cantantes,
com a cumplicidade de um altivo ipê florido,
doçuras trocadas selavam belos momentos!
Entre juras, promessas e ais...edificou-se o amor
verdadeiro, sem malícias de muitos felizes casais!
Um “VIVA” ao Colégio “ASSUNÇÃO”!
Suntuosa Escola de Piracicaba!
O
coreto da praça
Elda Nympha Cobra Silveira
Muitos iam para a praça
Logo depois do jantar.
Os jovens gostavam de
quadrar.
Os moços davam a volta pelo jardim
E as moças ao inverso,
Só... para poder paquerar.
No coreto o som expandia,
Cativando os namorados
Que aos beijos e afagos
Envolviam- se ao luar.
Tudo às escondidas,
O amor era sagrado!
.
Do bucólico coreto
Os sons invadiam a praça.
O chafariz esguichando,
Ao compasso da retreta
Só quem a viveu sabe,
Que tudo era uma graça!
(no Engenho Central)
João Baptista de Souza Negreiros Athayde
Lá fora a tarde cai
solfejando silêncios verdes de seiva
ao compasso multicor
do canto de tantos pássaros
Entre paredes
a alma, em transe, emudece
descolorindo certezas
redesenhando esperanças
E tingindo de sonhos
os restos dourados do dia
...enquanto a noite não vem
A Magia dos
Balões
Ivana Maria França de Negri
Balões risonhos
flutuam no azul.
Levando sonhos
entre nuvens e brisas.
Fazendo divisas
entre terra e céu
vagam ao léu
sobre a curva do rio
Lindos balões de ilusão!
Guardem meus
segredos
e levem para bem longe
meus medos...
Carmen Pilotto
A cidade e você em simbiose
se descobrindo lentamente
intrinsecamente afetuosas
Nos passos pelas calçadas domingueiras
Em ruas matinalmente vazias
Sinos festivos das carmelitas
Colorindo o casario do entorno
Seguindo a geografia - o rio
Como organismo vivo
Tão sentido pela seca
Mas intenso de passados
Como minha alma chuleada de fatos
Somos assim mesmo singulares
Apegada a Piracicaba
Eu desvairadamente intensa
Em sintonia com a cidade que acolhi
Tão provinciana e tão urbana
Confusa e feliz em meio ao concreto!
Flamboyant
Maria Madalena Tricanico C Silveira
Com seus longos galhos,
Suas flores vermelhas
Aquece os corações
E a alma centelha.
Seduz namorados,
Flameja seus corações,
Deitam à sua sombra
E entregam-se em louvação.
Olhar para o Flamboyant,
E ver a esperança no
Verde de suas folhas,
Sentir que tudo valeu a pena.
Estação de trem
Raquel Delvaje
Na estação de trem
Meus olhos compridos
Percorrem os trilhos
E pulam de vagão em vagão
Tentando abraçar
O que faz saudade.
Trovas: Pesca,
pescaria, pescador
Lídia Sendin
Pescador de correnteza,
No rio que passa ligeiro,
Da pesca não tem certeza,
Da vida é só passageiro.
Piracicaba é nubente
De eterna felicidade,
O povo é boa gente,
O lugar bela cidade.
O peixe aqui sempre para
Em água que não acaba,
Lugar de beleza rara
É o Rio de Piracicaba.
Com a vara, linha e isca,
Sacola ao lado vazia,
Pescador olha e nem pisca
Pescando sabedoria.
Caminhando na área de lazer
Leda Coletti
Caminhando lépida,
me encanto com a paisagem.
O verde gramado,
o lago sombreado
por árvores floridas.
Adultos e jovens
sozinhos ou aos pares,
caminham depressa
cruzando suas falas
aos cantos dos pássaros,
que aos bandos, em pares,
se pegam, se abraçam.
Pelo amigo vento
sou acariciada,
pelo amigo sol
de leve beijada,
e enquanto caminho
louvo e agradeço a Deus,
a ventura de caminhar
neste alegre lugar.
Rua do Porto
Ruth Carvalho L. Assumção
Balançando-se à beira do rio
Com seu casario e carisma
É a paisagem banhando-se nas águas
Em águas benditas, águas bonitas,
Águas de ninguém
Que nas marolas cantam e gemem
Num rolar constante,
Rolando como serpente,
Arrastando seu destino
Beijando desde menino
Os pés do Engenho Central
Na moldura das casinhas
Plantadas ao seu redor
Uma porta, uma janela, um quintal,
Brancas, azuis, amarelas
Trazendo dentro delas a memória
De um pescador a sonhar
Com tralhas e vara de pescar
Nas águas sempre a rolar
Buscando malhas finas
Seu alimento a dançar.
Largo São
Benedito
Sílvia Oliveira
Nossa esta Piracicaba
: memórias tantas no seu largo
um Benedito que escutava
as preces negras quase só
Antigo mal não é mais regra
: lugar, igreja, o próprio santo
na história ao longo permanecem
marcando todos por igual
Velhas janelas
de Piracicaba
Neu Volpato
ruas passam espiando
essas velhas janelas
a ver se por elas
ressumam antigas saudades
devolvendo lembranças à cidade
de suas antigu/idades
Praça José
Bonifácio
Aracy Duarte Ferrari
Praça central, altaneira, aconchegante
Traz ao presente reminiscências do passado.
Registra a história piracicabana ao vivo,
Tem à sua frente a Igreja abençoando.
Espaço aberto a todas as idades.
Idosos narram passagens de ontem
Interagem nas trocas de causos e prosas,
Tendo prioridade os acontecimentos locais.
Na primavera, festival esplêndido de flores
Embelezam e exalam seu perfume...
Em sintonia com a graça da praça
Estão o coreto, o chafariz e bustos históricos.
Que o tempo incumbiu-se de guardá-los
E fazer pulsar as emoções.
O chilreio dos pássaros cantores,
O som musical do Coronel Barbosa
Foram a natural orquestra sinfônica,
A praça sensibilizada adormece feliz.
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