Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

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Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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quarta-feira, 21 de julho de 2021

De calouro a professor da ESALQ

 



Ivana Maria França de Negri

 

            Nos idos de 1942, meu pai, Geraldo Victorino de França, entrou na faculdade de Agronomia, na então Escola Agrícola Prática de Piracicaba, fundada em 1901. Nem imaginava que seria professor na sua querida Escola, por décadas depois de formado.

            Era motivo de muito orgulho para as famílias ter um filho estudando nessa instituição.

            Meu avô tinha uma imensa fazenda lá pelos lados de Barra Bonita, e meu pai cresceu vendo os colonos arando a terra, fazendo o cultivo e depois a colheita. Estava sempre em contato com a terra e isso o fez criar amor por esse trabalho. Foi quando optou por cursar engenharia agronômica.

            Veio para Piracicaba com 17 anos e foi morar numa das famosas “repúblicas”, como eram chamadas as casas de estudantes. A dele ficava na rua José Pinto de Almeida e os estudantes, eram dez na república, iam de bonde para a Escola Agrícola. Como eram muitos os usuários desse transporte, colocavam um reboque. Meu pai contava que era uma farra, e muitas vezes os estudantes praticavam o “balancê”, que consistia em balançar o reboque até tirar a composição dos trilhos, o que acarretava grande atraso na chegada.

            As repúblicas ostentavam na entrada o famoso “A” encarnado, símbolo da Escola. Os veteranos de outros anos, ditavam as ordens. Assim que chegava um novo morador, batizavam-no com um apelido que o acompanharia até o final do curso. Muitas vezes, o apelido perdurava pela vida toda. Era dado de acordo com as características físicas, lugar de onde veio, defeitos ou aptidões.

            Apelidos como Caolho,  Perneta,  Catatau, Magrelo, Nescau, Baleia, Cabeção, Capiau, poderiam hoje em dia caracterizar bullying, mas na época nem se cogitava uma coisa dessas. E essa tradição existe ainda hoje. Os “bixos” recebem os chapéus de palha já com seus apelidos gravados. E  não há repetição deles.

            Logo no início, era praxe o primeiro corte dos cabelos e os trotes, que eram marcantes, alguns até violentos. O trote acadêmico era uma espécie de prova de fogo. Uns levavam na brincadeira, mas outros, talvez mais tímidos, ficavam atemorizados e marcados para sempre. Hoje em dia estão proibidos.

            Havia também a famosa passeata dos calouros, uma espécie de Banda do Bule, onde os novatos, obrigados e embebedar-se, saíam vestidos de mulher ou com sátiras a governos ou fatos da época. Essa passeata era um evento muito aguardado e marcante.

            Meu pai conheceu minha mãe, uma jovem professorinha, no jardim da praça central. E iniciaram o longo namoro que durou oito anos até o casamento.

            Os estudantes da Escola Agrícola eram chamados de “agricolões”, e eram considerados ótimos partidos pelas famílias das moças em idade de se casar. Hoje, os estudantes se denominam Esalqueanos.

            Existiam e creio que nos dias de hoje também, os jogos esportivos interrepúblicas, e muitas festas nas repúblicas e na Casa do Estudante. Mas os bailes de formatura eram mesmo os mais ansiosamente aguardados, com muita pompa e beleza. Todos usavam trajes de gala, e as orquestras tocavam até o sol raiar.

            Contam que muitos estudantes namoricavam por aqui enquanto faziam o curso, mas no dia da formatura, traziam suas noivas oficiais de suas terras natais causando muito choro e decepção.

             Como diz a música, velhos tempos, belos dias...

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Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz