Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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domingo, 21 de novembro de 2010

Colaboração da Acadêmica Aracy Duarte Ferrari - Cadeira no 16 - Patrono José Mathias Bragion


Trem Passado, Memória Presente

Parece que ainda está bem nítido o som do apito do trem, do atrito estridulante das rodas de ferro nos trilhos, o visual arquitetônico das estações, a locomotiva e os carros. A Maria Fumaça, do
século XIX, famosa, histórica e majestosa máquina a vapor, dirigida pelo maquinista e seu ajudante, usava o carvão vindo das minas do sul do país como combustível para a caldeira e, por muitos anos, permaneceu como o melhor meio de transporte.
Reporto-me ao trem de passageiros e às incontidas emoções vivenciadas no bar da estação e ao longo da plataforma, o lugar mais importante da cidade, que era o ponto de encontro da juventude da época. Para lá se dirigiam aqueles que iam realmente viajar, os acompanhantes, que lá estavam apenas para se despedirem e um número expressivo de moços e moças, que lá iam somente para flertar.
Para mim era um feliz momento. Quanta alegria... as moças bem trajadas, em grupos de três ou quatro, proseando, sorrindo, extravasando sentimentos, olhavam os moços, que permaneciam encostados
às paredes do saguão. Aquele vaivém divertido tinha um ritmo ou uma cadência própria. A fala era tão intensa e vibrante que, misturada aos outros sons, assemelhava-se a uma orquestra sinfônica. Os assuntos eram tão agradáveis, e as conversas, cujos ecos alcançavam grandes distâncias e respondiam prontamente às indagações juvenis, eram as melhores do universo.
Expectativas... Sempre havia um clima de ansiedade no ar, quando o trem apitava ao longe, e depois de um espaço de tempo, vinha se aproximando e chegava... trazendo para os nossos corações
batendo em acelerado, novas expectativas, emoções e sentimentos, que acabavam envolvendo os jovens que estavam na estação, e os de dentro do trem. Ocorriam cenas gestuais, olhares entrecruzados e
até bilhetes escritos, às pressas, em papéis improvisados, que faziam as vezes de cartas de amor, fiéis testemunhas do amor à primeira vista e até daquele amor acontecido.
Porque o trem ficava na estação apenas de cinco a oito minutos, quase sempre, o tempo em que se desenrolava esse affaire era mínimo, mas o aguenta-coração era intenso. Antes de voltarem para
casa, os jovens faziam uma pausa no bar da estação para relaxar e saciarem a sede com os refrigerantes mais famosos daquela época: a Gengibirra e a lendária Cotubaína, cuja fórmula fora inventada
por Thales Castanho de Andrade, grande escritor piracicabano, e precursor da literatura infantil. O refrigerante era tão doce como seu livro “Saudade” e saboroso como os sonhos juvenis.
Eram assim os encontros na Estação da Paulista: certos, porque tinham data e horário prefixados, e também incertos, porque só as expectativas podiam imaginar o que iria ocorrer e como tudo ia terminar. Eram sempre momentos de beleza e graça, muitas vezes derivados de um único e exclusivo encontro, que nem por isso, deixavam de ser entremeados das lembranças das pessoas, dos intensos
sorrisos e de expressões poeticamente apaixonadas.
Novamente a saudade...! Daquele tempo em que eu contemplava a chegada e a partida do trem, participava do encontro dos jovens. Sobrando para o amanhã apenas sonhos que perduram,
mesmo depois de passarem por várias gerações, porque as ferrovias, ainda hoje, cantam as suas poesias, dizem as suas prosas carregadas de encantos... Sonhar... Ah! Sonhar até ver chegar o próximo trem
de passageiros.

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Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz