Carlos Moraes Júnior - Cadeira no 18 |
Muita gente tem vontade! Daí para as barbáries grafadas em letras de forma é um pequeno passo de falta de vergonha.
Sejamos sinceros...Escrever é fácil. Emenda, corta, cola, apaga...Finalmente! Uma crônica! Uma poesia...A primeira, a costumeira, a obrigatória...A derradeira! Fácil, sim, todavia, obra de poucos iluminados, menestréis de prosa e verso, construtores de ideias. Disse poucos? Algumas centenas de milhares, nascidos nos mais distantes rincões, matutos, advogados, radialistas, políticos, escritores...Escritores. Ser escritor é uma paixão? Sofrimento? Utopia num país que não lê, e coloca o torpe e o grotesco como literatura e alija a literatura a um lugar de destaque na prateleira dos esquecidos!
Grita alguém: "Melhoramos muito em 20 anos!" Ainda bem! Senão estaríamos na contramão do tempo. Festejos a parte, temos longo caminho a trilhar:longe dos auto-ajudistas, religiosistas, sexistas...E longe da literatura de regime: da luz, da água, da laranja com abacaxi, dos sete kiwis!
Existem os nascidos para algo e os não nascidos.
Uma coisa é verdade: quem não nasceu para ser poeta ou escritor não deve enveredar-se por caminhos desconhecidos e pretender sê-lo! Falar a linguagem da poesia e da crônica, principalmente, é muito difícil, ainda mais difícil para quem não entende nada de poesia e de crônica e se mete a escrever em tudo o que é lugar, com ares de varredor de rua que leu um pedaço do Almanaque do Biotônico e se deu ares de botar as manguinhas de fora para os incautos.
Quem não entende, engole o fio de cabelo no meio da massa do pão, mas quem entende, acha o fio de cabelo e vai de esporas em cima do padeiro!
CLUBE DOS ESCRITORES (site)
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