Marisa F. Bueloni Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade |
Circula na internet um texto referindo-se a “nove coisas que desaparecerão” em pouco tempo. É de tremer.
Em primeiro lugar, é apontado o correio. Os correios começam a passar por problemas financeiros e as novas tecnologias, incluindo o próprio e-mail, ameaçam desintegrar esta tradicional organização. Ah, que figura romântica a do carteiro! E pensar que, um dia, ele existiu.
A seguir, o cheque. O cheque vai desaparecer. Já vemos que o cartão de plástico substitui o dinheiro em espécie e o cheque. E ganhou credibilidade.
O jornal. Acredita-se que o jornal terá o mesmo fim que o leiteiro e o tintureiro. A geração mais nova não lê jornal e prefere dar uma olhada nos noticiários on-line. De minha parte, penso que nada substitui o prazer de tocar nas páginas de um jornal impresso. Não consigo ler um texto no monitor por muito tempo, fico com a vista muito cansada.
Claro, depois do jornal, vem o livro. Pressinto que jamais irei desistir do livro físico, a leitura prazerosa, virando página por página. Mas os futurólogos afirmam que se poderá navegar numa livraria on-line, ler um capítulo de uma obra antes de comprá-la e o preço sairá pela metade de um livro real. Por favor, editores sobreviventes, não deixem de editar livros, livros de papel!
O telefone fixo. Pergunta-se para que ter um telefone fixo, se hoje o celular resolve tudo? Se você não tem uma família grande e não faz muitas chamadas locais, pode abolir o telefone fixo.
Em sexto lugar, está a música. Já se prenunciou que a indústria da música está morrendo (hoje, “baixa-se” qualquer música no computador) e que “as gravadoras e os conglomerados de rádio estão se autodestruindo”. Tudo isso se deve à ganância e à corrupção. Falta oportunidade para que a nova música chegue até as pessoas que gostariam de ouvi-la.
A televisão também vai desaparecer? As pessoas estariam assistindo à tevê e a filmes em seus computadores. Segundo o texto, os programas de tevê degeneraram demais, deixaram de ser atrativos, o público prefere jogar ou fazer outras coisas; e as rendas das tevês estariam caindo drasticamente.
Em oitavo lugar, as coisas que você possui. Elas vão desaparecer também, fique alerta! Já ouviu ou leu a expressão “na nuvem”? Sim, é lá, “na nuvem” que certas coisas que usamos hoje irão “residir”, existir. A internet estará presente em todo sistema operacional. E assim, no mundo virtual, você poderá ouvir música ou ler um livro a partir de qualquer dispositivo portátil. O que fazer com o álbum de fotos, com os livros da nossa biblioteca particular e nossos CDs?
E por fim, a privacidade. Sorria, você está sendo filmado. Hoje, as câmeras estão por toda parte, nas ruas, nos edifícios, e todos estão sendo vigiados durante 24 horas. Até mesmo seus hábitos e suas compras serão monitorados e “eles” conhecerão o seu perfil. Você será levado a comprar mais. O mundo virtual não dá ponto sem nó.
Vou colocar aqui o meu número dez. Ó Deus, que sobreviva o amor. Fiquei com medo que o amor também fosse desaparecer...
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