Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

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Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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sábado, 18 de dezembro de 2010

Olivia Bianco

Colaboração da Acadêmica Leda Coletti
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco

Olívia Bianco

Olivia era filha do italiano Francisco Bianco e de mãe mineira, Júlia Amélia de Moraes Bianco. Em Piracicaba, sua família possuía um negócio sito à Rua do Comércio, hoje Rua Governador Pedro de Toledo, esquina com a Rua São José, onde atualmente há um prédio, com seu nome. Com a morte prematura da mãe, ela, a irmã mais velha, Maria Inês Bianco e a caçula, Izaura, ficaram sob os cuidados de Benedita Soares de Mello, negra alforriada, conhecida por Dita, a qual era muito querida por todas.
Na época de seu nascimento, sete de maio de 1883, Piracicaba contava com vinte e dois mil habitantes, incluindo a população rural, que era expressiva e contava com escravos para cuidar das duas principais riquezas do local:o café e a cana. A monarquia, que era o regime do governo, estava com seus dias contados, para ceder lugar à República. Quando esta ocorreu em 1889, os moradores perencentes às classes sociais médias foram tomando consciência da importância do estudo na vida dos filhos. Seus filhos passaram a frequentar a escola. Para tal, foram criados inicialmente em Piracicaba colégios confessionais, como foi o caso do Kindergarten do Colégio Piracicabano e o curso primário dirigido pela pioneira Miss Martha Watts. Olívia foi uma dessas alunas, cursando inclusive o Inglês. Também havia na cidade o Colégio Nossa Senhora da Assunção, dirigido por freiras, o qual atendia os filhos de alunos de classes mais conservadoras.
Ao lado dessas escolas confessionais, houve a introdução de escolas públicas, para atender as crianças das diferentes famílias que escolhiam a cidade para morar, em decorrência da expansão econômica paulista. Foi assim que foi criada a Escola Complementar, para formação de futuros professores, onde Olívia, após um curso brilhante, se formou em 1900, tornando-se professora antes de completar dezoito anos, fazendo parte da primeira turma de educadores de Piracicaba.
Como gostasse muito de estudar e ensinar, buscava aprimorar-se através de novos cursos, no Brasil e exterior. Foi para a Europa no ano de 1914, onde se aprofundou no estudo de línguas estrangeiras, como o inglês, alemão, francês, tornando-se poliglota e professora polivalente. Ao lado das línguas cursou enfermagem, diplomada pela Escola da Cruz Vermelha de Piracicaba, em 1921. Este curso lhe permitiu ser enfermeira junto à Santa Casa de Misericórdia local. Colaborou nesse particular com Branca de Azevedo, por ocasião da Revolução Constitucionalista.
Exerceu os cargos de professora primária, professora do curso complementar anexo à Escola Normal de Piracicaba; lecionou Francês, Inglês, Ginástica, assistente da 1ª Secção (Educação) do Curso de Formação Profissional da Escola Normal de Piracicaba, diretora do Curso Primário deste estabelecimento de ensino e professora na então Escola de Comércio Cristovão Colombo, já extinta. Foi colaboradora da “Revista de Educação”, publicada pela Escola Normal de Piracicaba, entre 1921 e 1923. Ela e outros educadores de renome pretendiam, através dela, formar um ideário pedagógico e educacional para os futuros professores.
Consciente do seu papel na comunidade, em pleno desenvolvimento, fundou uma escola noturna para mulheres operárias. Tam¬bém ministrou aulas gratuitamente, preparando inúmeros jovens pobres para o ingresso no ensino público.
Neste ano de 2010, decorridos mais de cinquenta anos do seu falecimento, temos o depoimento de um grande educador piracicabano aposentado, Professor Cornélio T. L. Carvalho, que deu seu testemunho, o qual demonstra a preocupação e empenho da Professora Olívia Bianco, na formação de honestos cidadãos:
“De posse da informação, a decorrência dos fatos depende do indi¬víduo, de suas escolhas, de sua potencialidade e de sua coragem.
“Em 1943, devido aos contactos de minha mãe, então doméstica em casa da família Tricânico, fui apresentado às professoras Niobe Tricânico e Olívia Bianco.
“Por iniciativa dessas bondosas senhoras iniciei meus estudos no Colégio Piracicabano, onde, na qualidade de bolsista, frequentei o curso de preparação, o ginásio e o colegial entre 1943 e 1950. Sempre como bolsista.”
Ao lado do amor ao trabalho educacional, era grande apreciadora das artes, dedicando-se especialmente à música. Participou de muitos saraus artísticos, nas festas de caridade, representações teatrais, liderados por Lydia de Rezende, pertencente à família de grande proprietário rural e dignitário do Império, barão de Rezende.
Não aceitou o pedido de casamento do Dr. Paulo de Moraes Barros, ilustre representante republicano e irmão do Dr. Prudente de Moraes, mantendo-se muito ligada à família, constituída pelas irmãs e os sobrinhos Silvio, Mariquinha, Niobe, Regina e Marina. Esta última se destacou como grande escritora e poetisa.
Conclui-se que Olivia Bianco foi autêntica educadora e, como tal, desempenhou com galhardia o seu papel de promover crianças e adolescentes, sendo raros os alunos que estudaram até 1939 (data de sua aposentadoria), que não receberam seus sábios e eficientes ensinamentos.
Muito justo, portanto, a sociedade piracicabana prestar-lhe homenagem, dando-lhe o nome à Escola de Primeiro Grau, do Bairro Jaraguá.
Agradeço a valiosa colaboração da Professora Vera Alice Castro Schiavinato, da Escola Estadual Profª Olívia Bianco, e da Assistente de Direção, Profª Rosa M. Cadorim de Moraes, fornecendo dados biográficos e artigo do “Jornal de Piracicaba”, anos 1989-90, escrito pela Profª Marly Therezinha Germano Perecin, historiadora e acadêmica da APL.
Igualmente ao Professor-Orientador e Supervisor de Ensino Aposentado Cornélio T. C. Carvalho, pelo depoimento pessoal.

2 comentários:

Unknown disse...

Me senti honrada por ter iniciado meu estudo no ensino fundamental, depois de ter acabado de ler a história dessa grande mestra, deveria ser mais divulgada entre os alunos amei saber.

Unknown disse...

Surpresa total. Alguem saberia dizer se ela teve alguma ligação com a ESALQ? Encontramos o nome dela no convite oficila da ESALQ a formatura da primeira turma de agronomos em 1904

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz